quarta-feira, agosto 19, 2009

Guiné-Bissau em sérias dificuldades para reduzir os altos níveis de pobreza

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 19 Ago 2009


O Governo da Guiné-Bissau enfrenta dificuldades enormes nos últimos anos para fazer crescer o Produto Interno Bruto (PIB) e reduzir os níveis da pobreza que atinge 60 por cento da população, afirmou hoje a ministra da Economia, Helena Embaló.

A ministra, que tutela também as áreas do Plano e Integração Regional, apresentou ao Conselho de Ministros o ponto da situação sobre a implementação do DENARP (Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza), documento orientador de políticas públicas para a promoção da estabilidade macroeconómica, reformas estruturais, redução da pobreza e desigualdades sociais na Guiné-Bissau.

De acordo com Helena Embaló, a Guiné-Bissau "não tem conseguido" nos últimos anos, fazer crescer o PIB para cinco pontos percentuais, que devia acontecer no período de 2006-2008, tendo ficado nos 2,2 por cento.

"Consequentemente a meta alusiva à progressão do PIB real por habitante ficou aquém dos 2,5 por cento fixados, tendo inclusive registado valores negativos, isto é, 2,4 por cento em 2006 e 0,3 por cento em 2007", declarou a governante.

"Estima-se que a situação da pobreza atinja mais do que 60 por cento da população e que mais de 54 por cento não tenha acesso a água potável. As taxas de escolarização continuam inferiores aos patamares registados na sub-região, a esperança de vida é de apenas 47 anos contra 52,2 anos da média geral dos países subsarianos", adiantou a ministra da Economia guineense.

Helena Embaló sublinhou que este "quadro caracterizado por notórias marcas de pobreza e a desaceleração da actividade económica" na Guiné-Bissau, obrigou o Governo a reposicionar a questão da redução da pobreza para o centro dos debates da política económica.

É neste âmbito que o DENARP, notou ainda a ministra, foi eleito não só pelo Governo como pelos parceiros financeiros (Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional) como documento de referência, a partir do qual o país pretende atingir o programa de facilidade para a redução da pobreza e o crescimento, bem como para o acesso aos mecanismos de alívio da dívida externa, no âmbito da iniciativa HPIC, países pobres altamente endividados.

"Recordo que a dívida externa (da Guiné-Bissau) atinge níveis insustentáveis, representando em 2008 mais de 2,5 vezes o PIB do país", frisou Helena Embaló, apontando 2009 como ano da concretização de diferentes projectos de redução da pobreza, tendo como pressupostos a estabilidade política.

"O actual xadrez político, resultante dos dois processos eleitorais deixa augurar um período de estabilidade política e institucional, durante a presente legislatura", referiu a ministra da Economia, salientando ainda "os progressos já alcançados" pelo actual governo, liderado por Carlos Gomes Júnior.



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