quarta-feira, julho 15, 2009

Jogos da Lusofonia: apoio do COI assegurou participação da Guiné-Bissau

Origem do documento: "Jornal Tribuna de Macau", 15 Jul 2009


O Estado da Guiné-Bissau recusou comparticipar as despesas de uma representação nos Jogos da Lusofonia, mas, antes das provas desportivas, os guineenses alcançaram uma grande vitória: a presença em Lisboa, com o apoio do Comité Olímpico Internacional (COI)

A confirmação do financiamento do COI foi comunicada escassos dias antes da data prevista para a viagem para Portugal da comitiva da Guiné-Bissau e terminou com a incerteza na participação provocada pelas dificuldades financeiras e pela instabilidade política criada depois do assassínio de “Nino” Vieira, que culminou com as eleições presidenciais com uma segunda volta.

“O país atravessa um momento crítico, mas o mais importante é estarmos aqui a competir, graças ao grande esforço do presidente do Comité Olímpico (da Guiné-Bissau), que conseguiu do COI um apoio para podermos ter uma representação mínima”, disse à agência Lusa Alberto da Silva Dias, chefe da delegação da Guiné-Bissau nos Jogos da Lusofonia Lisboa2009.

Entre os atletas acreditou-se sempre que a participação na segunda edição do evento multidesportivo era possível e a notícia foi recebida num clima de grande alegria, mas nem todos tiveram a oportunidade de evoluir nas provas desportivas nos concelhos de Lisboa, Almada, Sintra, Oeiras e Amadora.

É que o Comité Olímpico de Guiné-Bissau perspectivava uma comitiva com 79 atletas - nos Jogos da Lusofonia Macau2006 competiram 12 - e teve de proceder à redução da representação guineense em Lisboa e do número de modalidades (apenas atletismo, futsal e basquetebol).

“Ficámos reduzidos para 34. Tivemos de cortar, à última hora, a equipa de futebol e improvisar uma equipa de futsal e de basquetebol a partir de Lisboa, da diáspora”, recordou Alberto da Silva Dias, salientando que a incerteza na participação “dificultou imensamente a participação” da Guiné-Bissau, aludindo também à preparação desportiva dos atletas.

O chefe da missão guineense salientou que “estar presente é já uma grande vitória”, salientando a importância da Guiné-Bissau fazer parte do conjunto de 12 países participantes nos Jogos da Lusofonia Lisboa2009, que decorrem até 19 de Julho.
“A nossa presença não só simboliza o esforço pela união lusófona, mas também é um marco. Queremos mostrar que a Guiné-Bissau, para além das coisas más que acontecem, tem coisas muito boas e viemos aqui, modestamente, dar a nossa contribuição para esta família”, declarou, regojizando-se pelo facto do atleta Holder da Silva (100 metros) ter conquistado a medalha de bronze, numa prova dominada por Francis Obkiwelu.

Alberto da Silva Dias expressou o desejo da afirmação dos atletas guineenses, apesar da falta de condições na Guiné-Bissau, mas com a vontade de mostrarem “as coisas boas” do país nos Jogos da Lusofonia, onde também participa Timor-Leste, outro dos países que também contornou as restrições financeiras e a falta de apoios para estar presente em Lisboa.

A comitiva timorense, composta por 40 elementos, foi subsidiada pela Fundação Oriente, depois da intervenção de Rosa Mota, membro do Conselho de Gestão da Comissão Organizadora dos Jogos da Lusofonia Lisboa2009, que reúne 12 países, representados por mais de um milhar de atletas.



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