sexta-feira, junho 05, 2009

Várias mortes em mais uma tentativa de Golpe de Estado

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 05 Jun 2009


Hoje foi morto a tiro o antigo ministro da Defesa da Guiné-Bissau Hélder Proença na estrada entre Bula, norte do país, e Bissau. Também hoje de madrugada, o candidato às presidenciais e ex-ministro da Administração Territorial Baciro Dabó foi morto a tiro na sua residência em Bissau por homens vestidos com uniformes.

A tentativa de golpe de Estado abortada na madrugada de hoje na Guiné-Bissau ia ocorrer na ausência do país do primeiro-ministro, Carlos Gomes júnior, do Presidente da República Interino, Raimundo Pereira, e do ministro da Defesa, Artur Silva.

O primeiro-ministro guineense encontra-se em viagem privada a Portugal há cerca de duas semanas, enquanto o ministro da Defesa e o Presidente da República interino se encontram em França.

Ausentes da Guiné-Bissau estão também o ministro da Função Pública, Fernando Gomes, e o ministro da Comunicação Social e porta-voz do governo, Fernando Mendonça.

Dos principais candidatos às presidenciais de 28 de Junho, o único ausente é Malam Bacai Sanhá, candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que se encontra em Dacar, no Senegal.

Um dos nomes dados como envolvidos na tentativa de golpe de Estado denunciada pelos Serviços de Informação de Estado guineense é o de Roberto Cacheu, director de campanha de Malam Bacai Sanhá.

O governo da Guiné-Bissau reuniu-se hoje de emergência para analisar a situação, com a presença do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas interino, Zamora Induta.

Hoje foi morto a tiro o antigo ministro da Defesa da Guiné-Bissau Hélder Proença na estrada entre Bula, norte do país, e Bissau, disse à agência Lusa fonte hospitalar.

Além de Hélder de Proença, foram também abatidos o motorista e um segurança, acrescentou a fonte.

A Direcção-Geral dos Serviços de Informação do Estado da Guiné-Bissau comunicou hoje que foi abortada uma tentativa de golpe de Estado no país, liderado por Hélder Proença, que “se deslocou ontem (quinta-feira) de Dacar para vir coordenar as acções”.

Segundo o comunicado, “durante a operação, alguns renderam-se voluntariamente, enquanto outros mostraram resistência contra as forças de ordem, o que culminou com trocas de tiros, tendo sido vitimados mortalmente”.

Também hoje de madrugada, o candidato às presidenciais e ex-ministro da Administração Territorial Baciro Dabó foi morto a tiro na sua residência em Bissau por homens vestidos com uniformes.

Baciro Dabó também é dado como envolvido, segundo o comunicado das autoridades guineenses, na tentativa de golpe de Estado.

A Guiné-Bissau vai realizar eleições presidenciais antecipadas na sequência do assassínio a 02 de Março do presidente “Nino” Vieira, horas depois do chefe das Forças ter sido morto num ataque à bomba.

O início da campanha eleitoral para as presidenciais está marcado para sábado.


«Ex-PM Faustino Imbali está vivo e sob custódia militar»


O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Faustino Imbali, dado como morto na sequência de um alegado golpe de Estado abortado na última madrugada, está vivo e sob custódia militar, disse hoje à Agencia Lusa fonte da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

Segundo a fonte da Liga, Faustino Imbali “não está morto, como tem sido veiculado por rádios locais e imprensa estrangeira e encontra-se sob custódia militar no quartel do Estado-Maior General das Forças Armadas”, no bairro de Santa Luzia, em Bissau, precisou.

A Liga informa ainda que está a acompanhar a evolução da situação tanto de Faustino Imbali como de todos os elementos apontados como integrantes da abortada tentativa de golpe de Estado, alegadamente liderado pelo antigo ministro da Defesa, Hélder Proença.

Entre os elementos acusados de estarem implicados na tentativa de golpe Estado, figuram nomes de dirigentes e actuais deputados pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder).

Quatro pessoas foram assassinadas na sequência do alegado golpe, nomeadamente os antigos ministros da Defesa, Hélder Proença e da Administração Territorial, Baciro Dabó, bem como o motorista e o segurança de Proença que seria o presumível cabecilha da intentona abortada.


França condena «firmemente» assassínio de Baciro Dabó

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de França condenou hoje "firmemente" o assassínio na Guiné-Bissau do candidato presidencial Baciro Dabó e exigiu às autoridades guineenses o apuramento das responsabilidades.

"Exigimos às autoridades guineenses que seja feita toda a luz sobre este assassínio", adianta uma nota hoje divulgada pelo Quais d´Orsay, sede da diplomacia francesa.

Além de Baciro Dabó, ex-ministro da Administração Territorial, foi assassinado o ex-ministro da Defesa, Hélder Proença, ambos ligados ao ex-Presidente "Nino" Vieira, morto em Março deste ano.

Segundo a Direcção-Geral dos Serviços de Informação do Estado da Guiné-Bissau, Hélder Proença "deslocou-se ontem (quinta-feira) de Dacar para vir coordenar as acções” de uma tentativa de golpe de Estado no país.

O comunicado dos serviços de informação refere que, “durante a operação, alguns renderam-se voluntariamente, enquanto outros mostraram resistência contra as forças de ordem, o que culminou em trocas de tiros, tendo sido vitimados mortalmente”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês apela a que "todas as forças vivas guineenses respeitem a ordem constitucional, tendo em vista a organização rápida de eleições livres e transparentes".

O início da campanha eleitoral para as presidenciais está marcado para sábado.

"Condenamos firmemente o assassinato de Baciro Dabó, candidato às eleições presidenciais na Guiné-Bissau", refere o comunicado da diplomacia francesa, que deixa também as condolências à família e amigos da vítima.

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) interino da Guiné-Bissau, Zamora Induta, informou, em comunicado, que os implicados na tentativa de golpe de Estado, denunciado pelas autoridades estatais, vão ser entregues à Justiça nas próximas horas.

"No cumprimento das suas atribuições constitucionais, as nossas gloriosas Forças Armadas conseguiram, no momento oportuno, desmantelar os mentores, tomando sobre si o controlo da situação. Informa ainda que todos os implicados serão entregues à justiça nas próximas horas”, refere o documento, que não especifica o número de pessoas detidas.

Zamora Induta “agradece aos militares” que denunciaram os “mentores” da tentativa de golpe de Estado, assim “como participando activamente em acções no terreno para o seu desmantelamento”.


Dois ex-ministros mortos em alegada tentativa de golpe


Os ex-ministros guineenses Hélder Proença e Baciro Dabó, este último candidato às próximas presidenciais antecipadas, foram hoje mortos em tiroteios com as forças de segurança da Guiné-Bissau, que os pretendiam deter por alegado envolvimento numa tentativa de golpe de Estado.

Os dois ex-governantes, ambos próximos do Presidente "Nino Vieira", assassinado a 02 de Março, foram abatidos a tiro hoje de madrugada, em incidentes separados e, segundo um comunicado da Direcção-Geral da Informação do Estado, Hélder Proença liderava a tentativa de golpe "perpetrada por um auto denominado Alto Comando das Forças Republicanas para a Restauração".

No documento, refere-se que Baciro Dabó também estava envolvido na tentativa de golpe, assim como mais de uma dúzia de outros políticos cujos nomes avança:"Roberto Cacheu, Marciano Silva Barbeiro, Daniel Gomes, Faustino Imbali, Veríssimo Nancassa, Daciro Dabó, Conduto de Pina, Tito Danfa, Domingos Brosca, Sandji Fati, Afonso Té, Domingos Indi e João Monteiro".

Face a esta nova onda de violência na Guiné-Bissau, registada precisamente na véspera do início da campanha eleitoral para as presidenciais e numa altura em que tanto o Presidente interino, Raimundo Pereira, como o primeiro-ministro se encontram fora do país, o Conselho de Ministros reuniu-se de emergência para analisar a situação.

Um pouco por todo o mundo, especialmente nos países lusófonos, incluindo Portugal, surgiram mensagens de "preocupação e condenação" relativamente ao ressurgimento da violência na Guiné-Bissau.

Pela voz do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, João Gomes Cravinho, o Governo português disse acompanhar "com profunda preocupação os acontecimentos na Guiné-Bissau" decorrentes do clima de impunidade existente no país.

Angola, Cabo Verde, Moçambique, França e Nações Unidas manifestaram igualmente profunda preocupação face aos incidentes na Guiné-Bissau e mais uma vez pediram contenção a todas as forças em presença.

O presidente do Conselho de Ministros da CEDEAO considerou hoje em declarações à Agência Lusa que os acontecimentos desta madrugada na Guiné-Bissau constituem alvo de "grande preocupação" e um "sério revés" para o regressa à normalidade institucional.

Contactado telefonicamente desde a Cidade da Praia, o também ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Bagudu Hirse, disse, a partir de Abuja, que tem ainda "pouca informação" sobre os acontecimentos de hoje de madrugada em Bissau, mas adiantou que vai solicitar uma reunião de emergência dos chefes da diplomacia da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) interino da Guiné-Bissau, Zamora Induta, informou também hoje, em comunicado, que os implicados na tentativa de golpe de Estado, denunciado pelas autoridades estatais, vão ser entregues à Justiça nas próximas horas.

"No cumprimento das suas atribuições constitucionais, as nossas gloriosas Forças Armadas conseguiram, no momento oportuno, desmantelar os mentores, tomando sobre si o controlo da situação. Informa ainda que todos os implicados serão entregues à justiça nas próximas horas", refere o documento, que não especifica o número de pessoas detidas.


«Dabó e Hélder Proença morreram por terem resistido a ordem de prisão»


O governo da Guiné-Bissau informou hoje que Baciro Dabó e Hélder Proença morreram por terem resistido à ordem de prisão por envolvimento numa alegada tentativa de golpe de Estado e que pediu ao Ministério Público para instaurar inquéritos.

“O Conselho de Ministros tomou conhecimento, através das chefias militares e responsáveis da Segurança de Estado, que estava em curso no país uma tentativa de golpe de Estado e que as mortes de Baciro Dabó, deputado da nação e ministro da Administração Territorial, Hélder Proença, entre outras, ficaram a dever-se ao facto de, presumivelmente, terem tentado resistir à ordem de prisão, enquanto outros mentores se terão entregues sem qualquer resistência”, refere o governo em comunicado.

“(…) O Conselho de Ministros teve a oportunidade de escutar gravações, envolvendo os principais protagonistas, através das quais se poderá inferir os seus propósitos, tendo com efeito condenado qualquer acto tendente a alterar a ordem constitucional, por vias não legais”, refere o comunicado o governo guineense.

No documento, o governo lamenta o “trágico acontecimento, que vitimou duas personalidades políticas e de quem ainda se esperava uma contribuição valiosa para o processo de desenvolvimento da Guiné-Bissau”.

“O Conselho de Ministros insta o Ministério Público no sentido de instaurar inquéritos, susceptíveis de conduzirem ao esclarecimento da situação e consequente responsabilização criminal, se for o caso, dos implicados na intentona”, concluiu o governo guineense.



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