sábado, junho 27, 2009

Só na taxa de fertilidade consegue ser melhor do que os seus pares

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 27 Jun 2009


Apenas na taxa de fertilidade, a maior da África sub-saariana, a Guiné-Bissau consegue superar os seus pares, mas, com a economia a contrair-se nos últimos anos, o forte crescimento populacional contribui para o empobrecimento da população.

Os Indicadores de Desenvolvimento de África 2009, compilados pelo Banco Mundial, indicam que, entre 2000 e 2006, o produto interno bruto 'per capita' guineense recuou 3,2 por cento (a preços constantes de 2000), melhor apenas que o registado em dois países africanos: Zimbabué (menos 6,4 por cento) e Libéria (menos 6,9 por cento).

Em 2006, o rendimento médio era de 131 dólares por cada um dos seus quase 1,7 milhões de habitantes; pior, só o Burundi (102) e a República Democrática do Congo (91 dólares).

A média do continente africano foi positiva em 2,3 por cento, no mesmo período, que, devido à expansão do preço das matérias-primas é considerado pelos analistas como o melhor na história das economias africanas desde o início das independências.

O rendimento dos guineenses recuou apesar de a ajuda ao desenvolvimento por habitante (50 dólares) ter sido até superior à média do continente (48,5 dólares).

Na década de 1990, a evolução do PIB per capita guineense também foi negativa (menos 2,2 por cento, a preços constantes de 2000) e apenas nos anos 1980 houve crescimento, de 2,3 por cento.

Para esta situação contribuem as oscilações do crescimento económico, ao sabor das crises políticas internas ou do preço do grande produto de exportação, o cajú, mas também o crescimento da população (3 por cento em 2006), graças à mais alta taxa de fertilidade do continente (7,1 nascimentos, em média, por cada mulher).

Desde 2000, a população cresceu 23 por cento, quase um quarto.

Também o PIB real (a preços constantes de 2000) teve nos anos 1980 o seu melhor período (3,8 por cento), abrandando para 1,4 por cento na década seguinte e recuando depois 0,2 por cento entre 2000 e 2006.

Considerado um país altamente endividado, o serviço da dívida garantida pelo Estado mais do qu e duplicou desde a década de 1980: de 22 por cento (em relação ao valor das exportações) para 46,4 por cento.

A economia formal do país gira em torno de praticamente um produto, a castanha de cajú, que representava em 2006 quase 87 por cento das exportações.

Quanto às condições de vida no país, as publicações de referência apontam para indicadores de desenvolvimento dos piores do mundo, e de modo geral sem sinal de melhoria.

Em 2002, últimos dados disponíveis cerca de dois terços da população (65,7 por cento) vivia abaixo do nível de pobreza.

A esperança média de vida à nascença, segundo os Indicadores de Desenvolvimento de África 2009, é de 46,2 anos, abaixo da média africana sub-saariana (50,5 anos), mas acima de países como Moçambique (42,5), que se defronta com uma grave epidemia de HIV/SIDA, ou mesmo de Angola (42,4).

Um quinto (200 em 1000) das crianças guineenses morre antes dos cinco anos de idade, situação também mais grave do que a média dos países sub-saarianos (157 em 1000).

Na década de 1990, a situação da mortalidade infantil era ainda mais sombria, com 240 crianças a morrerem antes dos cinco anos de idade.

Os dados do Banco Mundial, referentes aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), demonstram ligeiros progressos também no nível de imunização de recém-nascidos (até 23 meses), que cresceu de 53 por cento na década de 1980 para 60 por cento em 2006.

A mortalidade materna, outro ODM, é de 1.100 casos por cada 100 mil partos, bem longe dos 210 casos registados em Cabo Verde, um dos melhores países neste domínio.

Em 2007, a prevalência do HIV/SIDA era de apenas 1,8 por cento, mas o uso de contraceptivos baixo (cerca de 10 por cento).

O acesso a água canalizada é realidade para apenas 57 por cento da população, e um terço (33 por cento) tem acesso a saneamento.

Sobre a Educação, as estatísticas disponíveis são poucas e desactualizadas: estima-se que em 2000 45,2 por cento das crianças frequentavam o ensino primário e 26,9 por cento o concluíam.



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