segunda-feira, junho 15, 2009

Suspeito de golpe de Estado ainda não foram entregues à Justiça

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 15 Jun 2009


As quatros pessoas detidas por suspeita de envolvimento no alegado golpe de Estado impedido pelas forças de segurança da Guiné-Bissau ainda não foram entregues às autoridades judiciais, disse hoje fonte judicial.

O Governo guineense exigiu quarta-feira, em comunicado, a entrega das pessoas detidas, no passado dia 05, às autoridades judiciais e que se encontram actualmente sob custódia militar.

Quatro pessoas, entre as quais o antigo primeiro-ministro Faustino Imbali, o director-geral dos Serviços de Informação do Estado, Antero Correia, e Domingos Brosca, um músico tradicional, encontram-se detidas.

Num comunicado divulgado na semana passada, a Amnistia Internacional condenou as "execuções extrajudiciais de políticos pelas Forças Armadas" e afirmou ter receio que a "situação dos direitos humanos continue a deteriorar-se ainda mais no período conducente às eleições presidenciais", marcadas para 28 de Junho.

"A Amnistia Internacional está preocupada com a prisão arbitrária de vários ex-membros do Governo, tendo pelo menos um deles sido espancado na altura da sua prisão", refere a organização.

"A organização apela às autoridades da Guiné-Bissau para que abram de imediato uma investigação completa, transparente e imparcial à aparente execução extrajudicial de políticos pelas forças armadas, assim como à prisão arbitrária e espancamentos, e para que apresentem os responsáveis à justiça", sublinha a Amnistia Internacional.

A Amnistia Internacional apela ainda às autoridades da Guiné-Bissau para que "assegurem que os militares não sejam autorizados a prender ou a deter civis".

A organização lembra que todos os detidos "foram presos por militares sem qualquer mandado de detenção".

"Os detidos não foram presentes a um juiz para legalizar a sua detenção, tal como está previsto na lei da Guiné-Bissau, que estipula que a legalização da detenção de todos os detidos deve ocorrer dentro de 48 horas", salienta o comunicado.

"Além disso, as detenções foram efectuadas por oficiais do exército que não têm a autoridade para prender civis na Guiné-Bissau, tendo-o portanto feito em contravenção da legislação nacional e internacional", refere ainda em comunicado a Amnistia Internacional.

A 05 de Junho foram mortos pelas forças de segurança guineenses o candidato às presidenciais e ex-ministro da Administração Territorial Baciro Dabó e Hélder Proença, ex-ministro da Defesa por alegadamente terem resistido à ordem de prisão.

Segundo os serviços de informação guineense, os dois ex-ministros seriam os líderes de uma tentativa de golpe de Estado.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?