sábado, junho 20, 2009

Brasil demarca-se de eventual participação em força de estabilização

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 20 Jun 2009


O Brasil ainda não equacionou a participação numa eventual força de estabilização a enviar para a Guiné-Bissau, afirmou hoje o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, que realiza uma visita Portugal.

Questionado pela Agência Lusa, sobre as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, que considerou "positivo" o envio de uma força de estabilização internacional para a Guiné-Bissau, o governante brasileiro declarou que "o Brasil não participa em operações de fazer a paz".

"O Brasil só participa em operações sob a bandeira da ONU", respondeu Nelson Jobim, acentuando que "o Brasil participa em operações de manutenção da paz (peace keeping) e não (peace making). Temos actualmente uma operação no Haiti".

Para o ministro da Defesa brasileiro, o que o Brasil pretende é "colaborar com o Ministério da Defesa guineense" e é nesse âmbito que vai enviar para a Guiné-Bissau uma missão militar para colaborar na reestruturação do exército.

Mesmo assim, Jobim admitiu que se se tratasse de uma força sob a bandeira das Nações Unidas, o Brasil poderia ainda examinar a questão.

"Eu não fui consultado, nem o ministro da Defesa (de Portugal) me falou nada sobre esse assunto", esclareceu, adiantando que a concretizar-se tal hipótese "podia garantir a realização das eleições presidenciais" no próximo dia 28.

"No nosso ponto de vista é fundamental a realização de eleições, a criação de um novo governo e, em cima do novo governo, começar a reconciliação nacional e a reconstrução do país", destacou.

O ministro brasileiro referiu, por outro lado, que também a nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a questão de uma força de estabilização foi analisado numa reunião, mas nessa altura a proposta partiu de Angola.

"Nós achamos que isto deve ser feito com muita cautela e é uma questão de política interna do país. O Brasil tem muitas reservas sobre intervenções em relação à autogestão dos povos. Queremos ajudar. Não queremos fazer aquilo que o pessoal da Guiné-Bissau não quer que seja feito. Faremos aquilo que eles desejam que seja feito", concluiu.



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