sexta-feira, maio 29, 2009

Kumba Ialá avisa para «infiltrações dos políticos nos quartéis»

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 29 Mai 2009


O antigo Presidente da Guiné-Bissau e candidato às presidenciais de 28 de Junho, Kumba Ialá, defende que os políticos devem manter-se fora dos quartéis, avisando porém que, se for eleito, "uma garantia certa", vai mudar as chefias militares.

Por Isabel Marisa Serafim
da Agência Lusa

"Penso que os militares várias vezes são injustamente acusados e temos que evitar infiltrações dos políticos nos quartéis, porque o quartel é uma casa anónima que só pertence a quem lá está a morar", diz Kumba Ialá em entrevista à agência Lusa.

"E nós os políticos devemos reservar a nossa concorrência política ao nosso espaço próprio", acrescenta o candidato, que pretende mudar as chefias militares se for eleito.

"Essas chefias militares não foram da nossa nomeação", refere, "e não foram uma proposta dos militares".

A propósito da reforma das Forças Armadas guineenses, Kumba Ialá afirma que esta "deve ser pensada em termos lentos e progressivos".

"Na nossa governação tínhamos iniciado essa reforma sem proclamar que estávamos a fazer reforma", declara, "porque temos de ser psicólogos ao mesmo tempo, porque se (os militares) não têm a mesma visão democrática que nós podem pensar que estamos a expulsá-los e isso cria tensão".

"Essa questão da reforma tem de ser feita sem precedentes anteriores", defende, explicando que não pode ser feita pelo actual primeiro-ministro, nem pelo candidato às presidenciais Henrique Rosa, porque "combateram contra a independência da Guiné-Bissau".

"Isso está na consciência dos combatentes da liberdade da pátria e 99 por cento dos combatentes estão ainda de pé e não aceitam nem admitem isso", explica o também presidente do Partido de Renovação Social, segunda maior força política do país.

Em relação ao executivo de Carlos Gomes Júnior, Kumba Ialá refere que "ganhou as eleições".

"Mal ou bem, quem deve julgar o comportamento do governo são os eleitores e os adversários políticos que estão no país", afirma.

"O Presidente da República é um árbitro dentro do campo de futebol, corre atrás da bola, mas nunca dá pontapé na bola, mas vê como é que os jogadores estão a jogar", sublinha.

"É no término do seu mandato que nós vamos julgar o partido sobre o seu comportamento enquanto esteve à testa do país como governante", diz, salientando que não se deve interromper um mandato dado pelos eleitores.

A próxima campanha eleitoral classifica como "um passeio" onde não há adversários.

"Eu considero esta campanha um passeio", afirmou Kumba Ialá.

"Neste momento, não tenho nenhum candidato capaz de me fazer face na corrida às presidenciais", afirma.

"Nós vamos passar logo à primeira volta. Isso é uma garantia certa", garantiu Kumba Ialá.



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