quarta-feira, março 04, 2009

Guardas de Nino Vieira fugiram quando a casa foi atacada

Origem do documento: jornal "Sol", Lisboa, 04 Mar 2009


Uma testemunha do ataque contra o Presidente da Guiné-Bissau contou à que a guarda do antigo chefe de Estado fugiu e que entre quatro a cinco homens ficaram a defender Nino’ Vieira.

«A guarda fugiu. Fugiram todos» , afirmou a testemunha.

Segundo a testemunha, os homens que ficaram a defender o Presidente estavam a responder ao ataque, mas terão alegadamente ficado sem munições.

Quando ocorreu o ataque, estariam em casa de Nino Vieira, sem contar com a segurança do Presidente, pelo menos seis pessoas, nomeadamente uma empregada e vários assessores da Presidência guineense.

A testemunha contou que o Presidente esteve a trabalhar até tarde no dia de domingo com os elementos da sua assessoria por causa do atentado à bomba contra o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, horas antes.

«O Presidente esteve reunido com as chefias militares e com o ministro da Defesa» , afirmou a testemunha.

Segundo a mesma fonte, o Presidente Nino Vieira também esteve para se reunir com o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, mas a reunião acabou por ser adiada para segunda-feira de manhã por «razões de segurança».

«Por volta das 3h00 (mesma hora de Lisboa) fomos avisados pela segurança que a casa estava cercada» , afirmou, sublinhando que cerca das 4h00 começaram a ser disparados os primeiros tiros.

Nessa altura, os assessores do Presidente e a emprega tentaram sair de casa pelas traseiras, mas um elemento ficou ferido por estilhaços provocados pelo lançamento de uma granada e acabaram por se refugiar num anexo das traseiras da habitação.

Em casa, ficou o Presidente Nino Vieira e a primeira-dama, Isabel Vieira, acrescentou a testemunha.

Os tiros e o ataque acabaram cerca de uma hora mais tarde.

Já ao início da manhã, os sobreviventes do ataque à residência do Presidente foram descobertos pelos militares, a quem pediram para não ser mortos.

«Eles responderam: Não temos nada contra vocês. Podem ir-se embora» , contou a testemunha.

O ataque contra o Presidente Nino Vieira provocou também a morte de um adjunto de segurança e ferimentos no assessor de imprensa da presidência, segundo os dados oficiais, que referem também a existência de três feridos e um morto no atentado à bomba no Quartel-General.

O funeral de Nino Vieira realiza-se segunda-feira às 11h00 (mesma hora em Lisboa) e o de Tagmé Na Waié já na quinta-feira.

Lusa / SOL



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