segunda-feira, março 30, 2009

Francisco Fadul acusa PM de submissão aos militares e pede que se demita

Origem do documento: www.africatime.com, 30 Mar 2009


O líder do Partido para a Democracia, Desenvolvimento e Cidadania (PADEC), Francisco Fadul, acusou hoje o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, de estar a revelar atitudes de submissão perante os militares pelo que “devia demitir-se de funções”.

“O primeiro-ministro fala com os militares de baixo para cima, numa atitude de completa submissão às Forças Armadas, quando na realidade ele é que é o chefe dos militares e devia dar-lhes ordens e não o contrário. O primeiro-ministro devia demitir-se das suas funções”, defendeu Fadul, antigo primeiro-ministro guineense e actual presidente do Tribunal de Contas.

Em conferência de imprensa convocada para se posicionar perante o actual momento político e militar da Guiné-Bissau, Francisco Fadul responsabilizou o primeiro-ministro “pelos desmandos dos militares”.

“Mandam prender advogados, circulam com carros em alta velocidade, ostentam armamento nas ruas, fazem patrulhamento sem que se saiba com que finalidade e usurpam a competência dos órgãos civis”, denunciou o antigo primeiro-ministro guineense.

Para o líder do PADEC, partido sem representação parlamentar, perante a atitude que Carlos Gomes Júnior tem assumido com os militares e se não houver consenso entre a classe política do país quanto à data para a realização de eleições presidenciais antecipadas, “haverá todo o risco de as Forças Armadas assumirem o poder”.

“Há esse risco”, admitiu Fadul, que falava aos jornalistas no seu gabinete de trabalho no Tribunal de Contas.

“Falo enquanto cidadão, enquanto líder de um partido, enquanto titular de um órgão de soberania e ainda enquanto activista pela Paz Mundial”, explicou Francisco Fadul, salientando que “alguém tinha que dizer basta aos desmandos dos militares”.

“Não posso ficar calado quando os órgãos de soberania legítimos estão a ser amordaçados pelos militares”, disse Fadul.

“Não estamos num estado de sítio nem de emergência, portanto os militares não podem continuar a fazer o que bem lhes apetece sem que haja alguém que possa dizer basta”, defendeu Fadul.

Para Fadul também não competia ao governo propor a constituição de qualquer comissão de inquérito à morte de “Nino” Vieira e Tagmé Na Waié e em nenhuma circunstância a comissão poderia ser integrada pelos militares, já que, disse, recaem fortes suspeitas sobre a sua participação na morte do Presidente ‘Nino’ Vieira.

Em relação à data para a realização das presidenciais, Francisco Fadul deixa um aviso: Só aceitará que sejam realizadas dentro do prazo previsto na Constituição, isto é, 60 dias após a publicação do decreto presidencial pelo Presidente interino, Raimundo Pereira.



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