sexta-feira, dezembro 12, 2008

Campas de ex-militares portugueses em Farim ainda por identificar

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 12 Dez 2008


A maioria dos corpos de militares portugueses a trasladar de Farim, no norte da Guiné-Bissau, corresponde a "soldados desconhecidos", porque em 15 campas apenas "duas ou três" estão identificadas, disse o vice-presidente da Liga dos Combatentes de Portugal.

A Liga dos Combatentes de Portugal inicia segunda-feira em Farim a segunda fase da acção de concentração de restos mortais de antigos militares das forças armadas portuguesas, dispersos pelo território guineense, que prevê a trasladação dos restos mortais de 15 antigos combatentes para o talhão português do cemitério de Bissau.

Segundo o general Carlos Camilo, das "15 campas existentes em Farim, apenas duas ou três estão identificadas. As restantes não têm qualquer identificação".

"Nós temos os nomes das pessoas que estão lá inumadas, mas em cada campa nós não sabemos quem está", esclareceu o general português.

"Portanto, vamos transportar aquilo a que chamamos soldados desconhecidos", disse, sublinhando que se tratam de homens recrutados em Portugal e na Guiné-Bissau.

"A equipa de missão já está no terreno a preparar as condições para a equipa técnica que chega no sábado, esperando que sejam transportados até ao final da próxima semana esses restos mortais para a capela do cemitério de Bissau", recuperada e transformada em ossário pela Liga dos Combatentes, disse o general Camilo.

O general Camilo explicou também que a equipa técnica vai recolher amostras para futuras identificações das ossadas, sublinhando que não estão previstas trasladações para Portugal.

"A Liga dos Combatentes não tem como política contactar as famílias no sentido de trasladar para Portugal restos mortais de militares, no entanto, se houver famílias que estejam interessadas na trasladação, devem contactar a Liga", sublinhou.

Os trabalhos de identificação e concentração dos restos mortais de antigos combatentes das forças armadas portuguesas na guerra colonial na Guiné-Bissau tiveram início em Março e são feitos no âmbito do programa da Liga dos Combatentes portuguesa de "Conservação de Memórias".

A primeira fase da operação decorreu em Guidaje, também no norte do país, tendo sido trasladados para a capela de Bissau os restos mortais de oito antigos combatentes e de três pára-quedistas, devidamente identificados, para Lisboa.



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