domingo, novembro 23, 2008

Nino Vieira pede calma e garante controlo da situação

1. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 23 Nov 2008

Nino Vieira pede calma e garante controlo da situação


O Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo 'Nino' Vieira, pediu hoje calma aos guineenses, garantindo que tem o controlo da situação, agradeceu a solidariedade da comunidade internacional e felicitou as Forças Armadas.


Segundo um comunicado lido, em nome de "Nino" Vieira, pelo porta-voz da Presidência guineense numa rádio de Bissau, o chefe de Estado tem "a situação sob controlo", mas exorta os guineenses a manterem a calma e vigilância.

De acordo com o comunicado lido por Barnabé Gomes, 'Nino' Vieira "exorta os cidadãos, os partidos políticos e os dirigentes que respeitem a expressão popular exprimida nas urnas" com as recentes eleições legislativas que deram uma maioria qualificada ao antigo partido único, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cavo Verde (PAIGC).

O Presidente guineense pediu ainda aos cidadãos que se mantenham "fiéis aos ideais da democracia e da paz, por serem, sublinhou o seu porta-voz, "factores que contribuem para o desenvolvimento" da Guiné-Bissau.

À comunidade internacional "em geral e às organizações sub-regionais em particular", o Presidente guineense endereçou "o profundo reconhecimento pelo apoio prestado ao país para a realização das eleições (legislativas) e pela manifestação unânime de solidariedade perante os acontecimentos desta madrugada".

"Todos condenaram este acto hediondo que teve lugar este madrugada no nosso país", frisou 'Nino' Vieira.

O Presidente guineense dirigiu-se ainda aos cidadãos estrangeiros residentes na Guiné-Bissau, sublinhando que, embora a situação esteja sob controlo, "é preciso reforçar a vigilância".

De acordo com o porta-voz da Presidência, "tudo será feito para que os autores material e moral deste acto sejam trazidos à justiça", isto porque, destacou ainda o comunicado lido por Barnabé Gomes, a "paz e a democracia deverão reinar na Guiné-Bissau".

O governo da Guiné-Bissau encontra-se reunido numa sessão extraordinária de conselho de ministros, de onde irá sair a sua posição oficial sobre os acontecimentos esta madrugada na capital.


2. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 23 Nov 2008

Partido de Kumba Ialá condena ataque à residência Nino Vieira


O porta-voz do Partido da Renovação Social (PRS), Joaquim Batista Correia, condenou hoje os ataques à residência do Presidente guineense, João Bernardo 'Nino' Vieira, e informou que Kumba Ialá se encontra na sua residência em Bissau.


"Nós somos um partido que pugna pela não-violência, por tal condenamos firmemente os ataques à casa do Presidente da República. Somos um Estado de direito democrático em que os diferendos devem ser resolvidos pela lei", disse Joaquim Batista Correia.

"Por sermos um partido não violento, não podemos pactuar com actos que colocam persistentemente em causa a paz social" na Guiné-Bissau, frisou o porta-voz do PRS, sublinhando ainda que as Forças Armadas "estão subordinadas à lei e aos poderes civis".

"As Forças Armadas devem ser republicanas, distanciando-se de tudo o que possa pôr em causa a paz e a estabilidade" do país, defendeu o porta-voz do partido de Kumba Ialá, segunda maior força política guineense.

Questionado sobre o facto de o PRS ser a única formação política, entre as três mais representativas do país, que não esteve na residência de 'Nino' Vieira para apresentar solidariedade ao Presidente, Batista Correia desvaloriza esse pormenor.

"Ainda não está esgotado o espaço temporal para apresentar a nossa posição e solidariedade através dessa forma protocolar que me está a referir, seja como for expresso aqui a nossa solidariedade ao Presidente", afirmou Batista Correia.

Questionado ainda sobre se Kumba Ialá sabe do que se passou na residência de 'Nino' Vieira, o porta-voz do PRS afirmou que "sim", frisando que aquele se encontra na sua residência.

A Lusa esteve na residência de Kumba Ialá, tendo sido informado que o líder do PRS "está a descansar".

Jovens ligados ao Partido da Renovação Social eram os únicos elementos visíveis a porta da casa de Ialá.

Sexta-feira, um dia depois de pôr em causa os resultados eleitorais e poucas horas depois de estes serem divulgados oficialmente, Kumba Ialá refugiou-se em Bissorã, 80 quilómetros a norte de Bissau, tendo-se rodeado de um aparato militar que garantiu a sua segurança, ao mesmo tempo que anunciava ter sido proibido de abandonar o país por ordem judicial.


3. Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 23 Nov 2008

Senegal envia tropas para a fronteira e disponibiliza avião a Nino


O presidente senegalês ordenou o envio de tropas para a fronteira a sul com a Guiné-Bissau e disponibilizou um avião para retirar o seu homólogo guineense e respectiva família do país, oferta que João Bernardo "Nino" Vieira recusou.

Segundo o porta-voz da Presidência senegalesa, citado pela agência AP, a proposta de Abdulaye Wade foi apresentada numa conversa telefónica que manteve hoje de madrugada com "Nino" Vieira, na sequência do ataque à residência particular do chefe de Estado guineense, em Bissau.

El Hadj Amadou Sall, que não referiu quantos soldados foram deslocados para a fronteira nem adiantou se ela foi encerrada, referiu também que "Nino" Vieira declinou a oferta, alegando que a situação estava sob controlo.

Já no conflito de 1998/99, "Nino" Vieira pedira ajuda ao seu homólogo senegalês, então Abdou Diouf (actual presidente da Francofonia), que enviou vários batalhões do exército para o ajudar a combater o movimento rebelde liderado pelo entretanto falecido general Ansumane Mané.

O conflito durou precisamente 11 meses (de 07 de Junho de 1998 a 07 de Maio de 1999) e as tropas senegalesas sofreram pesadas baixas numa guerra que o regime de "Nino" Vieira viria a perder, obrigando-o a exilar-se em Portugal nos seis anos seguintes.

O porta-voz senegalês adiantou também que Wade também falou ao telefone com o presidente da Comissão da União Africana, o gabonês Jean Ping, a quem o alertou para a situação na vizinha Guiné-Bissau.

Hoje de manhã, Ping já afirmara, numa declaração pública, que a União Africana rejeita "qualquer tentativa inconstitucional de mudança de governo", condenando ainda "todas as tentativas de chegar ao poder pela força".

Mais tarde, em Adis Abeba, Ping voltou a falar e indicou já ter sido informado pelo próprio "Nino" Vieira que "o motim dos militares" já está sob controlo e que a tentativa para o assassinar "fracassou".

Uma segunda nota da presidência da UA adianta que Ping continua a seguir de perto a situação e que manteve várias conversas telefónicas com o chefe de Estado guineense, sublinhando que, apesar de a situação estar calma, "é ainda precária e requer uma atenção redobrada".

"O presidente da Comissão (da UA) aproveitou a ocasião para reiterar o apoio indefectível da organização ao respeito pela legalidade e também a determinação de tudo fazer para que a página de golpes de Estado (em África) seja definitivamente virada", lê-se no documento.

Ping revelou ainda que vai enviar, em breve, um "emissário" à Guiné-Bissau com o objectivo de avaliar a situação nesse país, não só com as autoridades guineenses mas também com os responsáveis regionais da Comunidade Económica dos Estádios da África Ocidental (CEDEAO).



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