sábado, outubro 04, 2008

«Já não há blocos petrolíferos para licitar», diz Soares Sambu

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 04 Out 2008


As negociações para a venda da totalidade dos 14 blocos para prospecção e eventual exploração de petróleo no "off shore" da Guiné-Bissau "estão praticamente concluídas", afirmou à Agência Lusa o ministro dos Recursos Naturais guineense.


Por José Sousa Dias
da Agência Lusa


"Já não há mais blocos para licitar. Todos os blocos estão reservados ou já negociados", disse Soares Sambu, sublinhando que apenas três empresas apresentaram propostas ao concurso internacional, a que a Galp, presente no país, não concorreu, embora não esteja excluída no futuro.

Numa entrevista à Lusa, em Lisboa, Soares Sambu sublinhou que o processo ligado ao petróleo está ainda na fase de prospecção, pelo que não pode adiantar dados sobre a capacidade dos blocos ou sobre os benefícios inerentes.

Sambu disse que os resultados são "comercialmente encorajadores", mas escusou-se a adiantar quando chegarão ao país os lucros da exploração do petróleo, salientando, porém, que já estão no Tesouro Público os 600 mil dólares (428 mil euros) dos "bónus" de assinatura de contratos.

Por outro lado, o Governo guineense já deu instruções para começarem os "estudos aeromagnéticos" para "varrer" todo o território continental na pesquisa de petróleo.

Até lá, as empresas SHA (Angola), Sphere Petroleum (Austrália) e Blue Water Super Nova (Holanda) vão proceder à prospecção "off shore", ao lado de outras cuja negociação acabou por ser "directa" face às muitas solicitações que surgiram após o encerramento do prazo de apresentação das propostas, como a Larsen Oil and Gas (norueguesa).

Esta última empresa negociou esta semana, em Lisboa, um outro contrato ligado à exploração de fosfatos em Farim (norte da Guiné-Bissau), a ser assinado até ao final deste ano, ou princípio de 2009, em Bissau, assegurou Sambu.

Os termos do contrato e do acordo de incentivos, disse, já foram definidos e aceites pelas duas partes, ultrapassando-se, assim, "os dois maus acordos e os incumprimentos do passado".

As negociações com a Larsen Oil and Gas têm gerado polémica, sobretudo depois de Bissau, a 03 de Setembro, ter rescindido o contrato assinado em Fevereiro de 2006 com a GB Mining Phosfat, que já considerou a decisão "ilegal".

As prospecções iniciais previam um potencial de 166 milhões de toneladas de fosfatos, permitindo assegurar a exploração entre 35 a 40 anos, depois de um investimento de 105 milhões de dólares (75 milhões de euros).

Soares Sambu indicou que o contrato com a Larsen Oil and Gas prevê um investimento de 150 a 330 milhões de dólares (entre 107 e 236 milhões de euros), sendo "mais proveitoso" para o país, uma vez que Bissau contará com 10 por cento dos dividendos da empresa mista a criar em breve.

Quanto à exploração de bauxite, oriunda da região do Boé (interior centro da Guiné-Bissau), Soares Sambu adiantou estarem já definidos os contornos de um acordo com a empresa "Bauxite Angola", que permitirá a criação de uma outra, também mista, até ao final deste ano.



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