sábado, agosto 30, 2008

Mais de 60 mortos por cólera na Guiné-Bissau

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 29 Ago 2008


A epidemia de cólera que afecta a Guiné-Bissau desde Maio já fez 63 vítimas mortais e mais de 2.770 pessoas estão infectadas, disse hoje à agência Lusa um representante do país na Conferência Interministerial, a decorrer no Gabão.

Por Sofia Castro
da agência Lusa


Estes valores, referentes até sábado passado (dia 23), representam mais do triplo das mortes registadas no total de 2007, ano em que foram registadas oito mortes por cólera.

"Desde os últimos 10 anos que existem surtos de cólera no país. Só temos um caminho a percorrer: encarar a prevenção no domínio da higiene e do saneamento básico prioritário, senão não vamos a lado nenhum", defendeu Maurício Serafim da Góia, responsável pelo departamento de Higiene e Saneamento do Ministério da Saúde, admitindo que a doença "já se tornou endémica".

Os piores números foram registados em 1997 e 2005, com 892 e 399 óbitos, respectivamente.

"Tem que existir um compromisso sério e a longo prazo, e o próprio Governo tem que ter uma política forte nesta matéria, independentemente das ajudas externas", exortou o delegado da Guiné-Bissau, um dos países representados na primeira Conferência Interministerial sobre Saúde e Ambiente em África, a decorrer desde terça-feira em Libreville.

Para Maurício Serafim da Góia, a coordenação entre as áreas da Saúde e do Ambiente é "um passo que tem que ser dado" em prol do desenvolvimento futuro dos países africanos.

"É prioritário ter uma política forte ao nível do saneamento, da higiene e da salubridade da água, porque sem isso não há desenvolvimento", reforçou.

Neste momento, menos de 10 por cento da população do país tem acesso a água potável e a maioria vai buscar água a poços.

Segundo o responsável, mais de 80 por cento destes poços estão contaminados, porque estão localizados perto de latrinas.

A epidemia começou em Maio passado no sul da Guiné-Bissau, mas actualmente já alastrou a todo o país.

A região de Bissau, a capital do país, continua a ser a mais afectada.

A Guiné-Bissau está representada a nível ministerial em Libreville através do ministro dos Recursos Naturais, Soares Sambo.



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