terça-feira, julho 15, 2008

Medidas para travar abate de árvores por chineses, três foram detidos

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 15 Jul 2008


O Governo da Guiné-Bissau anunciou medidas para evitar que madeireiros estrangeiros abatam indiscriminadamente árvores em Tombali, no sul do país, após denúncias de uma associação local, situação que já levou à detenção de seis pessoas, três das quais chinesas.

Segundo Bubacar Djassi, da Associação de Filhos da região de Tombali, os madeireiros chineses estão a proceder ao abate de árvores, nomeadamente 'pau de sangue', cujo nome científico é Pterocarpus erinaceus, em vastas zonas das densas florestas, algumas consideradas habitats naturais de várias espécies de animais.

"É triste o que os chineses estão a fazer às nossas florestas, derrubando árvores de grande porte, sobretudo o 'pau-de-sangue', sem que ninguém das autoridades faça alguma coisa para os obrigar a parar", disse Bubacar Djassi, afirmando que a população está revoltada e que admite "tomar medidas contra os chineses".

"Por exemplo, para derrubar uma árvore, os chineses são capazes de desmatar uma vasta área de cultivo ou de repouso dos animais. São centenas de hectares desmatados pelos chineses", afirmou Bubacar Djassi.

Confrontado pela Agência Lusa com a denúncia do representante da população do sul do país, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, que tutela a floresta, Daniel Suleimane Embaló, afirmou que a preocupação da Associação de Filhos da região de Tombali "é legitima" e que o Governo já mandou parar com o abate de árvores de grande porte em todo o território nacional até ao dia 01 de Outubro próximo.

"Quem não respeitar essa ordem será severamente punido", defendeu Suleimane Embaló.

Suleimane Embaló ressalvou que três madeireiros chineses foram detidos pelas autoridades da região de Mansabá, no norte da Guiné-Bissau, por terem desrespeitado a ordem de suspensão de abate de árvores.

Além dos madeireiros chineses detidos em Mansabá, foram também detidos três cidadãos da Serra-Leoa, que, segundo o governante guineense, deverão ser expulsos da Guiné-Bissau.

Em relação aos chineses capturados em Mansabá, Suleimane Embaló explicou que o caso será tratado ao nivel diplomático, frisando que a sua presença no país decorre no âmbito empresarial pelo que não coloca em causa as relações políticas entre os dois países, notou.

Sobre o facto de a população do sul estar a acusar directamente os madeireiros chineses, o ministro disse que juridicamente o Governo não tem contrato com eles, só com madeireiros nacionais que, por sua vez, sub-alugam a sua licença de abate de árvores aos chineses.

"A licença de abate de árvores é concedida aos nacionais, mas ao que parece sub-alugam a mesma licença aos madeireiros chinenes, com os quais, juridicamente, não temos nenhum contrato de exploração da nossa floresta", disse o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, sublinhando que qualquer sanção a ser aplicada será aos empresários nacionais.



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