sexta-feira, abril 11, 2008

Desinvestimento líquido de Portugal foi de 9,2 milhões de euros

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 11 Abr 2008


O desinvestimento líquido de Portugal na Guiné-Bissau atingiu os 9,2 milhões de euros em 2007, revelam dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a que a Lusa teve acesso.

Segundo os dados da AICEP, baseados em informação do Banco de Portugal em Março deste ano, o investimento directo de Portugal na Guiné-Bissau no ano passado chegou aos 790 mil euros, mas o desinvestimento foi maior, atingindo os 10 milhões de euros.

Assim, o desinvestimento líquido totalizou os 9,284 milhões de euros no ano passado (em 2006 foi de 256 mil euros).

Em 2005, o investimento líquido de Portugal naquele país africano foi de 120 mil euros.

Na última década, só em 2002 é que o desinvestimento directo líquido ultrapassou os valores alcançados no ano passado, chegando aos 9,6 milhões de euros.

Neste período, os anos de maior investimento directo português na Guiné-Bissau aconteceram em 2000, quando Portugal investiu 1,3 milhões de euros, e em 2003, quando foram investidos 1,6 milhões de euros.

Segundo dados da AICEP, a Guiné-Bissau nunca foi um dos principais destinos de investimento directo para Portugal, ocupando a 37ª posição em 1998 e a 68ª posição no ano passado.

Em 2006, a Guiné-Bissau ocupava a 81ª posição.

As exportações portuguesas para a Guiné-Bissau atingiram os 34,1 milhões de euros no passado, contra os 27,05 milhões de euros registados no ano anterior.

Já as importações diminuíram de 1,16 milhões de euros em 2006 para 513 mil euros em 2007.

Em termos da presença de empresas portuguesas na Guiné-Bissau, destacam-se actualmente a Portugal Telecom (PT) e a Galp Energia.

De acordo com o vice-presidente e porta-voz do comité sindical dos trabalhadores da Guiné Telecom, Francisco Mendes, a PT, que é accionista da operadora de telecomunicações, está a ponderar sair do país.

De acordo com o responsável, em declarações à Lusa na quinta-feira, as últimas indicações chegadas à empresa dão conta da vontade da PT rescindir o contrato de concessão nos termos a acordar com o Estado guineense, que também é accionista da operadora.

Francisco Mendes sublinhou ter tido informações que indicam que a PT aceita esta solução como forma de solucionar "um impasse" nas negociações com a parte guineense sobre as formas de viabilização da Guiné Telecom.

A PT alega falta de condições para realizar investimentos na Guiné Telecom pelo facto do Estado guineense ter uma dívida com a empresa de cerca de 30 milhões de euros, de acordo com a mesma fonte.

Contactada pela Lusa, fonte da Portugal Telecom, em Lisboa, disse que a empresa não vai fazer comentários sobre o assunto.

A Guiné Telecom foi criada há 19 anos, após um acordo entre a PT (40 por cento do capital social) o Estado guineense (50 por cento) e os funcionários (10 por cento).

Já a Galp Energia, que detém 80 por cento da guineense Petromar, anunciou quinta-feira que vai investir este ano cerca de 1,2 milhões de euros em todos os sectores na Guiné-Bissau.

"Esse investimento no âmbito da Petromar vai melhorar e aumentar os postos de abastecimento (actividade já em curso), servir para comprar camiões cisternas, com maior sistema de segurança, comprar geradores e sistemas informáticos", afirmou Carlos Baião Ferreira, do conselho de administração da Galp Energia.

Segundo Carlos Baião Ferreira, o grupo tem investido permanentemente na Guiné-Bissau e este investimento é um "sinal de que a empresa está para ficar e ajudar o país a sair da dificuldades" que enfrenta.

"A nossa actividade na Guiné-Bissau é bastante importante e é de tal maneira importante que o nosso grupo já está no país há quase 50 anos", sublinhou.

O administrador da Galp Energia explicou também que tem sido feita uma gestão muito controlada da Guiné-Bissau e que tudo o que é ganho é reinvestido no país, e lembrou que o Estado guineense deve à Petromar cerca de seis milhões de euros.

Paralelamente ao investimento de 1,2 milhões de euros, a Galp Energia ainda vai investir na reabilitação das instalações da antiga Dicol, ex-empresa de distribuição de combustíveis e lubrificantes do país.



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