quarta-feira, março 19, 2008

Próxima exumação de militares portugueses será em Farim

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 19 Mar 2008


O vice-presidente da Liga dos Combatentes de Portugal disse hoje à Agência Lusa que a exumação de restos mortais de ex-combatentes portugueses mortos na Guiné-Bissau vai continuar e que a próxima missão será em Farim.

"Estaremos cá daqui a uns tempos, mas não sabemos quando, porque estas actividades só podem ser desenvolvidas durante a época seca e a época das chuvas aproxima-se", afirmou o general Lopes Camilo.

"A segunda intervenção deverá ocorrer na localidade de Farim onde estão 21 elementos", acrescentou o vice-presidente da Liga dos Combatentes.

A Liga dos Combatentes terminou hoje em Guidaje, depois de duas semanas de trabalho, a missão de exumação dos restos mortais de dez antigos combatentes portugueses, que serão sepultados no cemitério de Bissau.

Os restos mortais do ex-militares vão ser agora identificados por elementos do Instituto de Medicina Legal de Coimbra.

Segundo o general Lopes Camilo, os objectivos da missão que hoje terminou só foram cumpridos devido ao apoio que a "Liga dos Combatentes teve das autoridades guineenses para que a acção decorresse da melhor forma".

"Temos ainda militares em muitos locais da Guiné-Bissau - quer guineenses, quer portugueses - espalhados pelo território", afirmou, lembrando que existem mais de 700 antigos combatentes mortos em combate neste país da África Ocidental.

Segundo o general Lopes Camilo, dos 700 militares portugueses haverá uma percentagem muito significativa que vai ser difícil de localizar.

"Passaram-se 40 anos, muitos deles estão sepultados em locais que já não existem do ponto de vista da ocupação humana", sublinhou.

Questionado sobre a eventual trasladação de corpos para Portugal, o general explicou que o que está "definido politicamente, e que a Liga concorda, é que devemos recuperar e manter com dignidade os locais onde se encontram sepultados os combatentes que tombaram no estrangeiro".

"No entanto, desde que a Liga consiga dizer que no sítio "tal" se encontra o cidadão "y" e houver um familiar que pretenda trasladar (o corpo) para a sua terra, a Liga procurará agilizar as burocracias resultantes deste problema, que é da responsabilidade das famílias, nomeadamente as despesas financeiras", acrescentou.

Segundo o general Lopes Camilo, na Liga dos Combatentes de Portugal entraram até hoje 16 solicitações de familiares para a trasladação de militares mortos em combates na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

"Dessas 16 solicitações, até este momento, só foi possível a Liga dizer que conseguia perfeitamente identificar e localizar três", referiu.

A recolha de restos mortais de antigos combatentes portugueses na Guiné-Bissau faz parte de um programa iniciado pela Liga dos Combatentes na Guiné-Bissau, denominado "Conservação de Memórias, que prevê localizar, identificar, concentrar e dignificar os militares mortos ao serviço de Portugal.

No âmbito deste programa, está também previsto a construção de uma casa de convício e apoio a antigos combatentes em Bissau e do monumento ao soldado desconhecido.



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