sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Liga Portuguesa dos Combatentes vai identificar cadáveres de soldados

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 15 Fev 2008


A Liga dos Combatentes portuguesa vai começar a identificar e concentrar os restos mortais de soldados portugueses mortos durante a guerra colonial na Guiné-Bissau, disse hoje o vice-presidente da associação, general Carlos Camilo.

Os trabalhos, que deverão começar em Março, serão realizados no âmbito do programa da Liga dos Combatentes denominado Conservação de Memórias, que pretende dignificar os ex-combatentes.

"No quadro deste programa da Conservação das Memórias uma das tarefas é a de localizar corpos de ex-combatentes e dignificá-los em quatro locais da Guiné-Bissau", afirmou o general Carlos Camilo.

"Na Guiné-Bissau temos referenciados - quer combatentes nascidos em território guineense, quer em Portugal - cerca de 750 espalhados por vários locais do país", disse o general português.

O objectivo da Liga do Combatentes é localizar os corpos e concentrá-los em quatro locais distintos do país: Bissau, Bambadinca, Bafatá e Gabú.

"Vamos iniciar brevemente a tarefa de identificação e concentração de corpos numa área onde estão referenciados 31" antigos combatentes, avançou o general Carlos Camilo.

O general Carlos Camilo explicou também que como a identificação de restos mortais implica uma técnica que a Liga dos Combatentes não domina foram estabelecidos acordos com o Instituto de Medicina Legal e a Universidade de Coimbra.

"São técnicos forenses que têm todas as condições para identificar, através do ADN, nomeadamente, restos mortais", disse.

Questionado sobre a eventual trasladação dos corpos identificados, o general explicou que a responsabilidade da Liga dos Combatentes é dignificar os ex-combatentes e não proceder à sua trasladação.

"Se depois de claramente identificados os restos mortais, os familiares estiverem interessados na trasladação essa será feita com base nas leis vigentes em Portugal e na Guiné-Bissau", explicou o general.

A Liga dos Combatentes já referenciou cerca de 4.000 antigos combatentes das forças armadas portuguesas espalhados pela Europa e África, faltando apenas o levantamento no continente asiático.

No âmbito do programa Conservação de Memórias, a Liga dos Combatentes procedeu hoje na Guiné-Bissau ao lançamento de duas pedras simbólicas para a construção de um monumento ao soldado desconhecido português e guineense e da Casa da Amizade entre os dois países.


Monumento de homenagem aos combatentes guineenses e portugueses

O presidente do Instituto de Defesa Nacional da Guiné-Bissau, Baciro Djá, destacou hoje a "grandeza do povo guineense" no lançamento da construção de um monumento ao soldado desconhecido e da Casa da Amizade pela Liga dos Combatentes de Portugal.

"Com este acto estamos a assitir a um marco histórico entre o povo de Portugal e da Guiné-Bissau", afirmou Baciro Djá.

"Mais uma vez o povo da Guiné-Bissau mostra a grandeza de um povo que sabe perdoar, que quer desprender-se dos preconceitos da colonização" e manter as fortes relações com Portugal, sublinhou.

Na cerimónia, que decorreu no Ministério da Defesa guineense, estiveram presentes o ministro da Defesa guineense e o embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, José Manuel Paes Moreira, bem como outras personalidades ligadas às forças armadas guineense.

"Queremos aqui reafirmar a nossa amizade com Portugal", acrescentou Baciro Djá.

O vice-presidente da Liga dos Combatente de Portugal, general Carlos Camilos, destacou, por seu lado, que o monumento ao soldado desconhecido pretende homenagear os combatentes do passado, do presente e do futuro.

"Este memorial está relacionado com a nossa história passada, recente e futura", sublinhou.

A construção do monumento ao soldado desconhecido e da Casa da Amizade, que disponibilizará aos ex-combatentes e militares várias valências, nomeadamente do sector da saúde, são financiadas pela Liga dos Combatentes portuguesa no âmbito do programa Conservação de Memórias.

O programa prevê igualmente iniciar no próximo mês a identificação e concentração dos restos mortais de antigos combatentes das forças armadas portuguesas que morreram durante a guerra colonial.

A cerimónia acabou entre "vivas" a Portugal, à Guiné-Bissau e aos combatentes de ambas as facções da guerra colonial.



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