quinta-feira, janeiro 03, 2008

Governo reconhece que país tem militares a mais

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 03 Jan 2008


A Guiné-Bissau tem militares a mais e deverá reduzir os seus efectivos, que se estimam entre 7.000 e 9.000, para 3.400 homens, defendeu hoje o coordenador do programa de reforma das Forças Armadas guineenses, Baciro Djá.

Segundo Baciro Djá, a Guiné-Bissau tem uma média de cinco soldados por cada mil habitantes, o que ultrapassa largamente a média sub-regional africana de três militares por cada mil habitantes.

O coordenador do Comité Técnico de Pilotagem (CTP) do programa de reforma das Forças Armadas guineenses falava à imprensa à margem de uma reunião de sensibilização que manteve com os militares, oficiais sargentos e praças, no Estado-Maior General, em Bissau, após uma acção idêntica que realizou nas unidades do interior em Dezembro.

O encontro de hoje serviu para Baciro Djá e a sua equipa apresentarem aos militares as linhas mestras do programa da reforma, sobretudo uma campanha de recenseamento das forças de Defesa e Segurança que deve arrancar em todas as unidades do país a 23 de Janeiro.

"O recenseamento é um elemento extremamente importante para o programa de reforma, é a partir daí que vamos saber quantos homens temos nas diferentes forças e preparar um orçamento real" que será apresentado à comunidade internacional, disse Baciro Djá.

O governo, no âmbito do Plano de Investimento Público na área da Defesa e Segurança, tem tido dificuldades para convencer a comunidade internacional a desbloquear os 184 milhões de dólares (124,6 milhões de euros) previstos como necessários para o programa de reforma.

A comunidade internacional, que irá financiar na totalidade o programa de reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau, considera o orçamento "extremamente alto", afirmou Baciro Djá, para quem o recenseamento das forças de Defesa e Segurança deverá demonstrar "a justeza ou não desses números".

A dúvida da comunidade internacional em relação ao orçamento previsto para a reforma reside no facto de o próprio governo guineense desconhecer o número de efectivos das Forças Armadas, que variam, segundo dados não confirmados oficialmente, entre 7.000 e 9.000 elementos.

A União Europeia (UE) é o primeiro doador que já se prontificou em avançar às autoridades guineenses uma verba para a reforma das Forças Armadas, sendo assinada na próxima semana, em Bissau, uma convenção de financiamento de 16,4 milhões de euros.

O coordenador do CTP disse ainda esperar que Portugal "faça valer os conhecimentos que tem da realidade guineense" para se situar "na vanguarda" junto da comunidade internacional, sensibilizando-a sobre a importância da reforma das Forças Armadas.

Baciro Djá sublinhou o papel que Lisboa tem tido no âmbito do Grupo de Contacto Internacional para a Guiné-Bissau em vários domínios, nomeadamente no capítulo da sensibilização sobre os perigos da droga para o país.

"Esperamos que Portugal fará a mesma coisa para nos apoiar junto da comunidade internacional neste grande trabalho de reforma e modernização das Forças de Defesa e Segurança", um projecto que deve terminar em 2011, disse Baciro Djá.



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