sábado, outubro 13, 2007

Stanley Ho fechou compra de banco na Guiné-Bissau

Origem do documento: Jornal Tribuna de Macau, 13 Out 2007


Não é novidade, mas foi oficialmente concretizado: o empresário Stanley Ho já fechou a aquisição da participação que a instituição bancária portuguesa Montepio Geral detinha no guineense Banco da África Ocidental (BAO). O negócio foi feito através da empresa Geocapital e, de acordo com a imprensa local, que deu conta do negócio, Ho passa agora a deter 60 por cento do capital do BAO.

Segundo o presidente do Montepio Geral, Silva Lopes, a operação de aquisição, que decorreu nos meses de Verão, “já está concluída”. Presente no capital do BAO estava também o banco Efisa, a quem Ho comprou igualmente as acções.

O Banco da África Ocidental (BAO) é um dos poucos bancos comerciais a operar na Guiné-Bissau e é visto como um veículo potencial para ser utilizado na expansão para outros países da África Ocidental, uma vez que possui as necessárias licenças para abrir sucursais na espaço da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) - Benim, Burkina-Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo.

O Montepio Geral vendeu ainda a sua participação no Banco de Desenvolvimento e Comércio de Moçambique, em que chegou a estar interessado também Stanley Ho - no entanto, as negociações acabariam por ser interrompidas. A operação foi concluída em Julho, tendo a participação sido tomada pelo First National Bank, grupo financeiro com capitais sul-africanos.

Com a venda das participações que detinha em instituições financeiras na Guiné-Bissau e em Moçambique, o Montepio Geral encaixou perto de 100 milhões de patacas. Em declarações à Lusa, o presidente do banco português justificou as operações pela necessidade de concentrar recursos de gestão em Portugal. “Temos escassos recursos de gestão e entendemos ser melhor concentrá-los aqui”, afirmou o responsável. Quanto ao Montepio Geral Cabo Verde, “não está nos planos do grupo libertar-se dessa operação”, afirmou Silva Lopes.

Stanley Ho tem estado muito activo nos últimos tempos no que toca às suas participações no sector bancário. Primeiro, foi a Sociedade de Turismo e de Diversões de Macau, controlada pelo magnata do jogo, que vendeu a sua quota no Banco Seng Heng ao Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), cedendo assim o controlo da segunda maior instituição bancária local da RAEM.

Mais recentemente, Stanley Ho tem vindo a comprar acções do Banco Comercial Português (BCP) e já terá atingido uma participação qualificada, ou seja, superior a dois por cento daquele que é o maior banco privado de Portugal. De acordo com Ambrose So, um dos seus mais próximos colaboradores, o empresário quer pelo menos cinco por cento do capital do BCP, posição que pretende conquistar no mercado aberto de capitais. So, que é também cônsul honorário de Portugal em Hong Kong, explicou que a posição no BCP é um “interesse pessoal” de Stanley Ho.



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