domingo, outubro 21, 2007

Governo satisfeito com decisão do Conselho de Segurança da ONU

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 20 Out 2007


O ministro da Defesa guineense afirmou hoje estar satisfeito com a possibilidade de o Conselho de Segurança da ONU considerar a Guiné-Bissau como destino de uma Comissão de Manutenção de Paz das Nações Unidas para combater o narcotráfico.

Em declarações à margem das celebrações do 84º aniversário da criação da Liga dos Combatentes de Portugal, cerimónia para que foi convidado, Marciano da Silva Barbeiro destacou que o governo guineense, em funções desde Abril deste ano, tem como prioridade o combate ao tráfico de droga.

"O governo guineense considerou como uma das principais tarefas o combate ao narcotráfico e foi nesta base que o executivo, logo após tomar posse, apresentou um plano de emergência de combate ao tráfico de droga a toda a sociedade civil e às instituições da República e ainda aos parceiros internacionais", afirmou.

Sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU emitiu uma "declaração presidencial" em que recomenda a criação de uma Comissão de Manutenção de Paz para a Guiné-Bissau, de forma a combater o tráfico de droga no país.

A "declaração presidencial", que só é emitida em casos de situação grave, foi proferida pelo presidente em exercício do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o embaixador ganês Leslie Kojo Christian.

"Leslie Kojo Christian leu uma "declaração presidencial" expressando preocupação em relação ao tráfico de droga na Guiné-Bissau e manifestou a intenção do Conselho (de Segurança) em considerar o pedido do país para se tornar um possível candidato para ser alvo da Comissão de Manutenção de Paz", lê-se no documento.

Segundo Marciano Barbeiro, foi nessa base que o presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, tomou a decisão de pedir ajuda à comunidade internacional, uma vez que o país não dispõe de meios suficientes para fazer face ao narcotráfico

"É nesta base que o presidente da Guiné-Bissau está a agir. Se o presidente fez esse pedido é porque foi muito bem reflectido e ponderado", afirmou o ministro guineense, sem adiantar pormenores.

Também sexta-feira, o representante especial do secretário-geral da ONU em Bissau, o diplomata nigeriano Shola Omoregie, que completa hoje um ano sobre a sua chegada à capital guineense, sublinhou que a declaração "é um aviso muito sério" ao tráfico de droga na Guiné-Bissau.

"O Conselho de Segurança está a falar muito a sério. A declaração tem peso (político) e não é só uma declaração à imprensa. Se o Conselho de Segurança emite essa declaração é porque se trata de um assunto muito sério em relação ao combate ao tráfico de droga", sublinhou.

Shola Omoregie afirmou, porém, "desconhecer" quem, entre as classes política e castrense, tal como tem sido referenciado publicamente nos meios políticos em Bissau, está envolvido no tráfico de droga.

"Não sei quem está envolvido mas, de qualquer maneira, espero que esta declaração do Conselho de Segurança seja um sério aviso a todos os que estão envolvidos. A comunidade internacional está atenta ao que se está a passar e tenciona fazer algo", avisou.



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