quinta-feira, outubro 04, 2007

Declarações de Bush reforçam atenção dos EUA ao tráfico de droga

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 03 out 2007


A atenção norte-americana à questão do tráfico de droga na Guiné-Bissau tem aumentado nos últimos meses com o recente comunicado do Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a avisar que está atento ao problema no país.

A primeira intervenção pública de Bush sobre a Guiné-Bissau inclui informações sobre a Major List, documento norte-americano que refere os países envolvidos no tráfico de estupefacientes no qual estão inscritos, nomeadamente, o Brasil, Colômbia, Nigéria, Paquistão ou Afeganistão.

Apesar da Guiné-Bissau não estar incluída nesta lista, o Presidente norte-americano é claro e considera a "Guiné-Bissau um refúgio de traficantes de cocaína e uma importante passagem daquela droga".

Caso venha a ser incluída na Major List, a Guiné-Bissau perde 50 por cento da ajuda norte-americana, que actualmente não tem grande expressão no país.

O comunicado de George W. Bush entregue a vários jornalistas na Guiné-Bissau não fez honras na imprensa local, tendo apenas sido publicado no Diário de Bissau.

A preocupação norte-americana com o narcotráfico no país tem aumentado ao longo dos últimos meses e incluiu uma deslocação da embaixadora dos Estados Unidos em Dacar ao primeiro-ministro guineense, Martinho N'Dafa Cabi, e a abertura de uma pequena representação diplomática em Bissau.

Em Julho, a embaixador dos EUA no Senegal, Janice Jacobs, realizou uma visita de um dia à Guiné-Bissau na sequência do governo norte-americano ter pedido às autoridades guineenses explicações sobre a exoneração do antigo director-geral da Polícia Judiciária Orlando Silva, responsável pelas maiores apreensões de cocaína no país.

Orlando Silva foi exonerado pelo governo na sequência de uma polémica relacionada com o alegado desaparecimento de droga apreendida.

Os EUA manifestaram "profunda preocupação" pela demissão do director da PJ, considerando que Orlando Silva conseguiu realizar com sucesso, durante o seu mandato, operações de apreensão de estupefacientes.

A embaixadora afirmou também que os EUA consideram a questão do narcotráfico um problema no país, mas que as autoridades guineenses estão interessadas em combatê-lo.

Na sequência desta visita, o governo guineense apresentou o Plano Nacional de Emergência de Combate ao Tráfico de Droga no país, mas são precisos fundos para ser posto em prática.

O último relatório do secretário-geral da ONU, divulgado terça-feira, alertou que a consolidação da democracia na Guiné-Bissau está a ser afectada por vários obstáculos, nomeadamente pelas divisões e rivalidades entre actores políticos e "sobretudo pelo perigo alarmante que representa o tráfico de droga e o crime organizado".

O documento refere, contudo, que é necessário fazer um esforço colectivo, a nível da comunidade internacional, porque o país não consegue enfrentar sozinho o fenómeno.

Este argumento tem também sido utilizado pelas autoridades guineenses para justificar a inoperacionalidade das autoridades judiciais, que se deparam com a falta de meios para combater o flagelo.

Apesar da falta de meios, o Presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, reiterou hoje o empenho das autoridades guineenses no combate ao tráfico de droga.



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