quarta-feira, agosto 29, 2007

Petroguin prepara adjudicação directa de Blocos petróleo para exploração

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 29 Ago 2007


A petrolífera estatal da Guiné-Bissau, Petroguin, está a preparar a adjudicação, por ajuste directo, de blocos de petróleo para exploração, disse o ministro dos petróleos guineense.

Em declarações em Lisboa, onde se encontra para participar quinta-feira numa reunião sobre a exploração de petróleo na Guiné-Bissau, Soares Sambú adiantou que "estão a ser negociadas" várias propostas de adjudicação submetidas por petrolíferas estrangeiras à Petroguin, que está mandatada para concluir as negociações.

"Temos vindo a ser abordados por diversas empresas estrangeiras [interessadas na exploração], num assédio quase diário", disse o ministro guineense.

Sambú escusou-se a adiantar o nome das empresas que apresentaram propostas, alegando a confidencialidade das negociações.

Assegurou, contudo, que entre elas não estão as portuguesas Galp ou Partex, em relação às quais manifesta particular interesse.

"Não fomos abordados [pelas petrolíferas portuguesas], mas, se formos, será com imenso prazer que acolheremos essas propostas e estaremos disponíveis para negociar", afirmou.

Alegando não dispor de informação sobre os trabalhos de exploração em curso, Sambú escusou-se a comentar informações que dão conta de resultados significativos no segundo furo (Eirozes-1) feito pelo consórcio liderado pela Premier Oil na sub-bacia Casamança-Bissau.

Fonte do sector petrolífero guineense disse que os trabalhos mais recentes resultaram na descoberta de uma reserva com uma capacidade de 140 milhões de barris.

Esta quantidade "não é grande coisa, mas é algo que [os responsáveis da Premier Oil] não vão largar", dada a ausência de resultados nos anteriores trabalhos de pesquisa, adiantou a mesma fonte.

Soares Sambú sublinha que os dados disponíveis dos diferentes trabalhos de exploração "indicam a existência de petróleo”, mas que “o problema é passar à fase de produção", dado que "até agora" ainda não foram encontradas reservas em quantidade e com a qualidade necessária.

"Há indicações fortes de que o país pode dar petróleo. Onde, quando e como é que não se sabe", disse o ministro guineense.

"Os passos seguintes dependerão dos resultados que vão ser apresentados amanhã [quinta-feira]", na conferência sobre o sector, que traz a Lisboa responsáveis petrolíferos guineenses e das empresas empenhadas nos trabalhos no terreno - Premier Oil, Sterling e Occidental.

Pesquisas feitas no passado indicaram a presença de grande quantidade de enxofre no crude; a sua remoção implica um acréscimo de custos no processo de produção, podendo mesmo torná-la inviável.

O primeiro furo feito pelo consórcio, Espinafre-1, foi selado e abandonado a 23 de Março, "depois de terem sido encontrados problemas de estabilidade do furo", de acordo com o último relatório da Premier Oil.

O segundo furo, Eirozes-1, cujos resultados serão conhecidos na reunião de quinta-feira, foi iniciado a 31 de Março.

"Um resultado bem sucedido do programa poderia levar a um aumento significativo do valor e aumentar a possibilidade de sucesso de um grande número de semelhantes situações no bloco", refere a empresa no referido documento.

A Premier Oil é operadora dos Blocos 4A e 5A (Esperança) e 2 (Sinapa), ambos na sub-bacia Casamança-Bissau, em parceria com a Occidental Petroleum e a Sterling Energy.

O primeiro tem perto de 3.491 metros quadrados, e o segundo 2.349 metros quadrados; a profundidade nas duas zonas varia entre os 10 metros e os 2.000 metros.

Tem ainda interesses na exploração e produção em países como o República do Congo, Egipto, Índia, Indonésia, Mauritânia, Noruega e Reino Unido.

A parceira Sterling considera os dois furos efectuados de "alto risco", e em função de uma "análise detalhada" dos resultados dos trabalhos em curso fará uma "nova avaliação das licenças", segundo refere no seu último relatório.



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