terça-feira, julho 24, 2007

Estado deve 30 milhões de euros à Guiné Telecom, acusa a PT

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 24 Jul 2007


O Estado da Guiné-Bissau deve 30 milhões de euros à Guiné Telecom, detida em 40 por cento pela Portugal Telecom, estando a empresa luso-guineense a aguardar desde Outubro de 2006 um sinal do governo para desbloquear a situação.

A situação foi confirmadapelo presidente do Conselho de Administração da Guiné Telecom, o português Guilherme Aniceto, que afirmou que a empresa foi obrigada a parar com os investimentos no país.

"O Estado da Guiné-Bissau nunca pagou as contas telefónicas, nem os serviços que lhes temos prestado. Nunca cumpriu com os contratos assinados em 2004. O Estado da Guiné-Bissau deve-nos 30 milhões de euros e assim é difícil continuar a investir na Guiné-Bissau", referiu Guilherme Aniceto.

Segundo o presidente do CA da Guiné Telecom, até hoje, a Portugal Telecom investiu na sua congénere guineense mais de 10 milhões de euros, quer nos serviços de telefone fixos quer nos da rede móvel - à empresa pertence também a GuinéTel, um dos três operadores de telemóvel.

Guilherme Aniceto lembrou que a última reunião do governo guineense com a Guiné Telecom, que incluiu uma delegação da PT, ocorreu em Outubro de 2006, tendo durado "cerca de 15 minutos, para se chegar à conclusão de que era inconclusiva".

O executivo da Guiné Telecom denunciou "a falta de diálogo" do executivo de Martinho Ndafa Cabi.

A Lusa tentou contactar o ministro dos Transportes e Comunicações da Guiné-Bissau, José Manuel Gaspar Fernandes, antigo presidente do Instituto das Comunicações da Guiné-Bissau (ICGB), mas sem sucesso.

Hoje, num comunicado, os directores guineenses da Guiné Telecom afirmaram que a empresa pode encerrar as portas e deixar de fornecer comunicações fixas e móveis da sua rede, uma vez que a PT está a suspender investimentos porque o governo guineense não quer negociar e pagar os serviços prestados pela empresa.

"A administração propõe começar a fechar a partir de certo período de horário determinadas estações no interior, isolando populações, com o objectivo de economizar combustíveis", denuncia o documento da direcção da empresa enviado a Gaspar Fernandes, com conhecimento para a Lusa, em Bissau.

O documento refere também que a empresa se encontra num "beco sem saída, encontrando-se incapacitada para pagar os salários do presente mês e uma avultada dívida à Petromar (empresa fornecedora de combustíveis), facto que põe em risco o abastecimento dos geradores, com consequências dramáticas para as comunicações do país".

A direcção guineense da empresa defende, no documento datado de 11 de Julho, uma "negociação urgente entre o Estado da Guiné-Bissau e a Portugal Telecom como condição para a resolução de todos os problemas".

A Guiné Telecom é detida em 60 por cento pelo governo guineense e os restantes 40 por cento pertencem à PT, depois do acordo de concessão assinado em Julho de 2004.



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