sexta-feira, março 30, 2007

Partidos convocam nova manifestação

Origem dos documentos: www.noticiaslusofonas.com, 30 Mar 2007

Partidos convocam nova manifestação para sábado

As três principais forças políticas da Guiné-Bissau convocaram hoje uma nova manifestação para sábado a realizar na Chapa de Bissau, na estrada que liga a capital guineense ao aeroporto.

A nova manifestação foi marcada durante o comício hoje realizado na Praça dos Heróis Nacionais no final de um protesto pela paz e democracia, em que participaram cerca de 500 pessoas.

"Amanhã (sábado) às 16:00 na Chapa de Bissau", afirmou Satú Camará, dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e primeira vice-presidente do parlamento guineense.

"Todos os partido aderentes ao pacto pedem aos militantes a participação e solidariedade com este projecto", afirmou, por seu lado, Alfredo Silva, do Partido Unido Social-Democrata (PUSD).

O porta-voz do PRS, Joaquim Baptista Correia, também apelou aos militantes e apoiantes do partido para que participem na manifestação a realizar sábado.

As três principais forças políticas da Guiné-Bissau assinaram no último dia 12 um acordo de estabilidade política para a criação de um governo de consenso nacional.

Na sequência do acordo, apresentaram no parlamento uma moção de censura contra o governo liderado por Aristides Gomes, aprovada pela maioria dos deputados e que provocou a demissão do executivo.

Entretanto, Aristides Gomes anunciou quinta-feira que apresentou na véspera a demissão ao Presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira.


Apelos à democracia e à paz dominam manifestação

Apelos à democracia e paz na Guiné-Bissau foram as palavras de ordem mais ouvidas hoje na Praça dos Heróis Nacionais, em Bissau, onde terminou uma manifestação de apoio ao pacto de estabilidade, assinado pelos três principais partidos guineenses.

Cerca de 500 pessoas, vigiadas por um importante contingente policial só armado com bastões e gás lacrimogéneo, assistiram ordeiramente a um improvisado comício, realizado em frente à sede do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), situada na Praça dos Heróis Nacionais.

Em cima de uma carrinha de caixa aberta, equipada com uma aparelhagem de som, representantes do PAIGC, Partido da Renovação Social (PRS), Partido Unido Social-Democrata (PUSD), União Eleitoral (UE), União dos Patriotas Guineenses (UPG) e Partido Social-Democrata (PSD) apelaram à paz e democracia no país.

"Abaixo os que não querem que o povo abrace o desenvolvimento na Guiné-Bissau", afirmou Francisca Vaz, presidente da UPG, enquanto explicava que a fraca adesão à manifestação se devia ao facto de as pessoas estarem a trabalhar e a fazer compras para o fim-de-semana.

"Temos de levar o Presidente (João Bernardo) "Nino" Vieira a perceber que a terra é nossa. O país é nosso", acrescentou Francisca Vaz, palavras que mereceram o apoio dos manifestantes.

O líder do PSD, Joaquim Baldé, afirmou, por seu lado, que o objectivo da manifestação é lutar pela democracia.

"Pensámos que a democracia estava estabilizada, mas afinal está ameaçada. O país está instável há mais de 30 anos. Isto não pode continuar", sublinhou.

"Começámos a luta hoje, aqui, e vai continuar. Dentro de uma semana, todos os guineenses estarão do lado do pacto" de estabilidade governativa, acrescentou aquele líder partidário.

"Agora é a hora da verdade. Antes era uma brincadeira. Abaixo os "barrigas larga", os que pensam só no seu próprio bem", gritou Alfredo Silva, presidente interino delegado do PUSD.

Sori Djaló, primeiro vice-presidente do PRS, deixou, por seu lado, três recados ao chefe de Estado guineense.

Citando o presidente do PRS, Kumba Ialá, a viver em Marrocos, Sori Djaló avisou o chefe de Estado que "acabou o medo, acabou a intimidação e a venda de droga" no país.

"O pacto de estabilidade está firme. Quem quiser implantar a ditadura na Guiné-Bissau será desafiado sem tréguas. Quem disparar um tiro contra algum manifestante vai comer a arma", frisou.

O comício terminou com a dirigente do PAIGC e primeira vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento), Satú Camará, a afirmar que o "pacto não volta atrás" e a denunciar a presença de militares nos bairros de Bissau para intimidar as pessoas que quisessem participar na manifestação.

"Os militares servem para defender o território nacional. Os partidos juntaram-se para lutar contra o tráfico de droga e para saber dos negócios do petróleo", disse Satu Camará, afirmando que o governo de Aristides Gomes "fazia tudo às escondidas".

A manifestação de hoje ocorre um dia depois de o primeiro-ministro guineense ter anunciado que apresentou a demissão a "Nino" Vieira.

A demissão foi apresentada quarta-feira na sequência da aprovação de uma moção de censura contra o seu governo pelo Parlamento e depois das três principais forças políticas da Guiné-Bissau terem assinado um pacto de estabilidade governativa, no último dia 12.


Centenas manifestam-se em Bissau para defender Pacto Estabilidade

Centenas de pessoas, vigiadas por um importante contingente policial, estão hoje a manifestar-se de forma ordeira e pacífica nas principais ruas de Bissau em defesa do Pacto de Estabilidade promovido pelos três maiores partidos da Guiné-Bissau.

A manifestação, que se iniciou na Chapa de Bissau, palco habitual de comícios, está a dirigir-se para a Praça dos Heróis Nacionais, cerca de dois quilómetros mais à frente, em pleno centro de Bissau.

A iniciativa é promovida pelos partidos Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), da Renovação Social (PRS) e Unido Social-Democrata (PUSD) e visa defender a formação de um executivo de consenso nacional e o respeito pela Constituição.

A manifestação ocorre um dia depois de o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, ter anunciado publicamente que apresentou, na véspera, a sua demissão ao presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, dando sequência à crise política desencadeada com a aprovação de uma moção de censura ao executivo, há cerca de semana e meia.

Os manifestantes são maioritariamente jovens afectos ao PRS, do ex-presidente Kumba Ialá, embora também haja bandeiras do PAIGC e do PUSD, bem como faixas apelando ao Pacto de Estabilidade e à Democracia.

Nenhum dos principais dirigentes de qualquer um dos três partidos está, para já, a participar na manifestação, que deverá terminar na Praça dos Heróis Nacionais (antiga Praça do Império), onde não se encontra nenhum palco ou palanque para eventuais intervenções políticas.

Segundo os organizadores, deverá haver intervenções políticas após os manifestantes se concentrarem na Praça dos Heróis Nacionais, mas desconhece-se quem serão os oradores.

A manifestação está ser seguida por duas viaturas da polícia, em que se encontram cerca de três dezenas de elementos da Brigadas de Intervenção Rápida (BIR), conhecidos localmente por "ninjas".

Na Praça dos Heróis Nacionais, onde se concentram o antigo Palácio da Presidência e as actuais sedes do governo, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do PAIGC, encontram-se também vários elementos das BIR, aguardando a chegada dos manifestantes.

Em Bissau, a situação é calma, com os transeuntes a passearem-se nas diferentes ruas e com o comércio a funcionar normalmente.



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