quarta-feira, janeiro 10, 2007

Carlos Gomes Jr escapa a detenção e refugia na sede das Nações Unidas

Origem do documento: www.guine-bissau.com
Por: SABINO SANTOS LOPES

O ex-primeiro-ministro, presidente do PAIGC e deputado da Nação, escapou por uma unha negra, a tentativa de detenção que o Ministério do interior tentou levar a cabo contra ele hoje na sede do seu partido. Depois de conseguir ludibriar os agentes, o presidente do PAIGC refugiou na sede das Nações unidas.

Apesar de não ser fundamentado, há quem admite que a tentativa de detenção de Carlos Gomes Jr está ligada às acusações que fez contra o Presidente da República, em como está por detrás da morte de Lamine Sanhá. Os agentes da PIR não conseguiram concretizar seus objectivos, porque o presidente do PAIGC saiu pela porta traseira, e foi em direcção à sede das Nações Unidas, onde foi pedir protecção.

O Secretário Permanente do PAIGC que acompanhou a evolução de todo o processo considerou de rapto a tentativa da Polícia de Intervenção Rápida em deter o líder do partido. Augusto Olivais garantiu em declarações à imprensa que, no início, os dirigentes do PAIGC não queriam que fosse tornado público este acto vergonhoso, mas, a determinação dos agentes da Polícia a mando do ministro em levar o presidente do partido, precipitou as coisas.

“Estava disponível para ir até ao gabinete do ministro para lhes explicar, como é que as coisas deviam ser tratadas”, disse Olivais.

Eram 13 horas, quando uma carrinha cheia de agentes da PIR chegou à sede do PAIGC. Haviam ordens para levar Carlos Gomes Jr para o Ministério do Interior. Os agentes não chegaram sequer a ver o ex-Primeiro-ministro, porque este ludibriou a vigilância e escapou. O Diário Bissau acompanhou as cenas, até os agentes da Polícia, abandonarem o largo da sede do PAIGC.

O porta-voz do partido, Daniel Gomes, confirmou ao DB que, Carlos Gomes Jr abandonou a sede do partido sem ser visto pela polícia, e foi pedir protecção, junto da sede da ONU. “Fomos esta manhã surpreendidos com a presença da polícia, com ordens para deter o presidente do partido. Os agentes foram até ao gabinete do Secretário Permanente no sentido de contactar o presidente e com instruções de detê-lo”.

Segundo as suas explicações, depois de serem confrontados com esta situação, mantiveram um encontro com o causídico do partido, e chegaram à conclusão de que a detenção devia vir da parte do Ministério Público. “Notamos ainda que para além de ser presidente do partido, é deputado, pelo que não podia ser detido da maneira como queriam”, repudiou.

Apesar de não ter lido o mandato por completo, Daniel Gomes sabe que consta no mesmo questões ligadas às cenas de vandalismo no Bairro Militar e declarações proferidas por Carlos Gomes Jr à Agência de Notícias "Lusa".

Instado a responder quais serão os passos que o partido vai dar, caso a situação prevalecer, o porta-voz do PAIGC informou que, no quadro democrático do país, as acções do partido têm sido ponderadas, inspirando as suas decisões na Constituição da República e no espaço reservado aos partidos políticos.

“Todas as acções que promoveremos, serão dentro do quadro legal. Continuamos a alimentar a sensação de que estamos num Estado de Direito, pelo que apelamos a quem de direito de que, deve agir em conformidade com as leis da República. Sabemos que ninguém está acima da Lei e nem pode fazer o que lhe convém fazer. Tudo aquilo que deve ser feito tem que ser na base da Constituição”, advertiu.



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