terça-feira, dezembro 05, 2006

PAIGC promete voltar ao poder "brevemente"

Origem do documento: www.guine-bissau.com, 05 Dez 2006
Por: SABINO SANTOS LOPES

O presidente do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), prometeu dia 2 de Dezembro que no prazo de 15 dias, o seu partido voltará ao poder. Carlos Gomes Jr. não argumentou o que lhe levou a fazer tamanha promessa aos seus apoiantes, mas em parte diz-se que esta é uma obrigação que o Presidente da República será obrigado a cumprir, porque foi o PAIGC que ganhou as eleições.

As declarações fortes de Carlos Gomes Jr. foram ouvidas durante um Comício popular que o partido realizou nesse dia, no centro da capital. Aos milhares de simpatizantes e militantes que afluíram ao local, o presidente do PAIGC pediu a união para se poder fazer face a aquilo que chamou de “grave situação política e econômica que o país vive”.

O ex-primeiro-ministro continua a reclamar a posse do Governo, por forma a “(re)introduzir” boa governação, diálogo, e transparência na gestão de coisa pública, valores que segundo ele “faltam ao Governo liderado por Aristides Gomes”. O presidente do PAIGC voltou nesse comício a tecer duras críticas ao Governo liderado pelo seu primeiro vice-presidente a nível partidário, tendo considerado que este é o “pior Executivo dos últimos anos na Guiné-Bissau”.

“A gestão da coisa pública continua a ser feita pelos actuais senhores sem qualquer respeito a regras estabelecidas. Os funcionários públicos vão no quarto mês sem receber seus salários, as escolas ainda não iniciaram. Tudo isto demonstra que estamos perante um Governo incapaz que deve ser varrido pelo Presidente da República. Por isso, quero garantir a todos os militantes e simpatizantes do PAIGC que dentro de 15 dias, o General vai me entregar o Governo, porque é o PAIGC que ganhou eleições. Se não for assim, vamos apresentar protesto nas instâncias competentes”, prometeu.

Para já, o dado parece ser adquirido. O PAIGC para além do debate de urgência que requereu no parlamento sobre a situação do país, vai apresentar ainda em simultâneo uma moção de Censura contra o Executivo de Aristides Gomes. Essa intenção, é vista como sendo um teste a maioria parlamentar que suporta o actual Governo, tendo em conta que anteriormente, em tudo aquilo que dizia respeito a votação para se decidir, Carlos Gomes Jr. e a sua bancada parlamentar sempre perderam. Mas no indício da actual sessão, a tendência parece ter invertido. Para aprovação da ordem do dia, a posição que a bancada parlamentar do PAIGC defendeu saiu vencedora.

Mas estas são contas de outro rosário, até porque um deputado defensor do Governo, disse que a questão da ordem do dia não era assim tão decisiva, uma vez que nem todos realmente estavam interessados no agendamento da questão da lei da amnistia.

Voltando ao comício do PAIGC e as denúncias do seu presidente, o dado novo trazido nesse encontro público com os militantes, é o suposto desvio de 375 milhões de Fcfa no Projecto de pesca semi-industrial. Carlos Gomes garante ter documentos comprovativos dessas denúncias, pelo que pede ao Ministério Público para abrir processo sobre o assunto.



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