quarta-feira, outubro 04, 2006

PAIGC aprova formalmente reintegração dos dirigentes suspensos

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 04 Out 2006

O PAIGC aprovou a reintegração formal dos dirigentes suspensos há cerca de ano e meio, recolocando Aristides Gomes, actual primeiro- ministro, como 1º vice-presidente do partido e outros como membros da Comissão Permanente.

Fonte do partido disse à Agência Lusa que a decisão foi tomada terça-feira numa reunião extraordinária do Bureau Político do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), sob proposta do líder Carlos Gomes Júnior, e que deverá ser ratificada hoje à tarde num encontro do Comité Central.

A proposta foi aprovada por maioria, apenas com um voto contra e cinco abstenções, acrescentou a fonte, que não apontou os respectivos nomes.

Na Comissão Permanente do Bureau Político, que integra 25 dirigentes, voltam a figurar os nomes de Aristides Gomes, bem como os de Hélder Proença (actual ministro da Defesa), Aristides Ocante da Silva (Recursos Naturais) e Antónia Mendes Teixeira (Saúde Pública).

Outros três dirigentes, fora da esfera governativa, voltaram a reintegrar este órgão do PAIGC: Fátima Fati, Luís Oliveira Sanca e Alberto Baptista Lopes.

Os sete membros faziam parte de uma lista de mais de 40 dirigentes do PAIGC suspensos do partido em Abril de 2005, após terem sido acusados pela liderança de Carlos Gomes Júnior de desrespeitarem as orientações desta força polícia, violando os respectivos estatutos.

Em causa esteve o apoio público e expresso pelos "dissidentes" à candidatura presidencial de João Bernardo "Nino" Vieira nas presidenciais de Junho e Julho de 2005, quando o PAIGC declarara oficialmente que Malam Bacai Sanhá era o candidato do partido.

A inclusão dos "suspensos", entre eles 15 com funções de deputados, fora determinada já em Julho último pelo Tribunal Regional de Bissau, para onde os "dissidentes" apelaram da decisão do Comité Central do PAIGC e ocorre dois meses antes do VII Congresso do partido, previsto para Dezembro próximo, em Gabu (leste).

Com a inclusão, cai também a pretensão da liderança do PAIGC em obrigar os agora reintegrados a abandonar o Fórum de Convergência para o Desenvolvimento (FCD), base de sustentação do governo de Aristides Gomes e que detém a maioria no Parlamento guineense.

Além dos ex-dissidentes do PAIGC, que formaram uma espécie de "bancada de independentes" no Parlamento, o Fórum inclui outras forças políticas representadas na Assembleia Nacional Popular (ANP), como o Partido da Renovação Social (PRS), que conta com nove dos 28 membros do governo e 35 dos 100 parlamentares.

Face a esta nova situação, o PRS, fundado por Kumba Ialá, "exigiu" segunda-feira ao Presidente guineense uma remodelação no governo, alegando que é o partido com maior representação parlamentar e que, como tal, deve ter mais poder no executivo.

Caso contrário, disse o dirigente Fernando Correia Landim, um dos "históricos" dos "renovadores", o PRS "tomará as medidas necessárias".

O PRS tem marcado o seu III Congresso ordinário para Novembro próximo, sendo certa a apresentação da candidatura à liderança de Kumba Ialá, ausente em Marrocos há cerca de um ano e que "deverá regressar ainda este mês" a Bissau, disse à Agência Lusa fonte partidária.

Na reunião do Bureau Político, o PAIGC decidiu também "accionar os mecanismos" para a colocação de uma estátua de Amílcar Cabral, "pai" das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, numa das principais artérias da cidade.

Por outro lado, decidiu também encetar a "rápida recuperação" da casa onde nasceu o "fundador das nacionalidade", em Bafatá (150 quilómetros a leste de Bissau), de forma a transformá-la num museu.



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