quinta-feira, outubro 12, 2006

Malária mata 60 por cento das crianças até cinco anos e grávidas

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 12 Out 2006

Sessenta por cento das mortes entre crianças até aos cinco anos e mulheres grávidas na Guiné-Bissau são causadas pela malária, doença endémica no país, disse hoje o director-geral da Saúde Pública.

Segundo Plácido Cardoso, a malária, também conhecida por paludismo, é "um grave problema" de Saúde Pública na Guiné-Bissau dado o elevado número de pessoas que atinge.

A malária é transmitida pela picada do mosquito fêmea Anopheles, presente nas regiões tropicais e subtropicais, que inocula no sangue o protozoário Plasmódio.

A situação preocupa as autoridades sanitárias ao ponto de encetarem nos últimos dias uma série de reuniões com representantes de outros sectores de actividade, nomeadamente empresários privados, jornalistas e instituições de cooperação internacional, com vista a angariar apoios financeiros para o combate à doença.

De 26 de Novembro a 02 de Dezembro próximos, o Ministério da Saúde Pública guineense conta pôr em marcha uma campanha nacional de distribuição gratuita de mosquiteiros impregnados, vitamina A e Mebendazol, um antipalúdico, a cerca de 240 mil crianças.

No entanto, faltam cerca de 57 mil mosquiteiros, localmente chamados "tendas", para que a campanha possa atingir o número de crianças que devem beneficiar desta forma de combate e prevenção da doença.

Com o objectivo de angariar apoios financeiros o Ministério da Saúde guineense tem vindo a desenvolver reuniões de sensibilização.

Segundo Plácido Cardoso, as respostas têm sido "excelentes", uma vez que a questão da malária "parece preocupar" toda a sociedade guineense.

O director-geral da Saúde Pública explicou à Lusa que o combate à malária na Guiné-Bissau além de falta de recursos financeiros, tem sido dificultado por outros factores.

Como exemplo, citou o facto de ser praticamente impossível levar a cabo uma acção de pulverização aérea, como tem sido feito nos outros países onde a malária também constitui uma endemia, devido a natureza geográfica e climática do país.

O facto de a Guiné-Bissau ser um país com muitos pântanos, poços, rios, "bolanhas" (arrozais) e também devido às chuvas, seria perigoso uma acção de pulverização por via área, defendeu Plácido Cardoso, sublinhando, no entanto, ser esta uma das "mais rápidas" formas do combate aos focos de nidificação do mosquito portador do Plasmódio A juntar ainda a este dado, regista-se o facto de haver "uma certa resistência" aos medicamentos normalmente utilizados nos centros de saúde e hospitais guineenses para o combate à doença, a cloroquina, o quinino ou quinimax, disse Plácido Cardoso.

Contudo, o Ministério da Saúde Pública, sob a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) já tem um plano para substituir os actuais medicamentos por um fármaco novo, o quartene, que Plácido Cardoso afirma ser "mais eficaz".

"O problema é que o Quartene é muito caro à luz da realidade guineense, por isso temos vindo a desenvolver acções junto dos nossos parceiros com vista a sua compra em modalidades mais acessíveis", afirmou.

A par da distribuição de mosquiteiros, as autoridades sanitárias guineenses vão também promover uma conferência sobre malária, já a 17 e 18 deste mês, e participar na VI reunião epidemiológica para o controlo da Malária na África Ocidental, encontro que decorre também na capital guineense, entre 07 e 10 de Novembro próximo.



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