sexta-feira, outubro 27, 2006

Kumba Ialá regressa sábado a Bissau para disputar liderança PRS

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 27 Out 2006

O antigo chefe de Estado guineense e ex-presidente do Partido da Renovação Social (PRS, segunda maior força política) Kumba Ialá regressa sábado à Guiné-Bissau para disputar a liderança da formação de que é co-fundador no Congresso de Novembro.

Carlos Pinto Pereira, presidente do Movimento Kumba de Intervenção Política (MKIP), disse hoje que o regresso do antigo presidente da República, a residir há cerca de um ano em Marrocos, visa sobretudo conquistar a liderança do PRS no III Congresso do partido, que decorrerá em Bissau de 08 a 12 de Novembro próximo.

A 04 deste mês, três dias antes de expirar o prazo, Marcelino Nabiutcha, mandatário da candidatura de Kumba Ialá e também presidente da Comissão Nacional de Juventude do PRS, depositou na sede dos "renovadores" a moção do ex-líder do partido.

A moção, intitulada "O PRS: De um Partido Grande a um Grande Partido", foi entregue conjuntamente com uma carta de Kumba Ialá, em que o ex-líder dos "renovadores", partido que abandonou depois de ser empossado chefe de Estado, justifica a candidatura.

"É no interesse do PRS que aceito candidatar-me ao cargo de presidente", sublinha Kumba Ialá na "declaração de candidatura", datada de Rabat, onde se encontra praticamente desde a divulgação dos resultados da primeira volta das eleições presidenciais guineenses, de Junho de 2005, em que ficou em terceiro lugar.

Realçando estar "profundamente emocionado" com todos os que reclamam a sua candidatura à liderança do PRS, Kumba Ialá sustenta que decidiu avançar "para não os frustrar" e para, "com eles, lutar incansavelmente para unificar o partido".

"Oferecerei tranquilidade, coesão interna, inclusão e uma competente gestão científica da nossa máquina partidária", afirma Kumba Ialá, sublinhando ainda que a sua candidatura é também "do interesse do próprio Estado da Guiné-Bissau e do seu futuro".

Kumba Ialá, que foi deposto no golpe de Estado a 14 de Setembro de 2003, prometeu ainda colocar toda a sua "sabedoria, intelectualidade, pragmatismo e tolerância" para fazer do PRS um partido "forte e coeso, uma alternativa permanente ao poder, senão mesmo o poder".

A candidatura de Kumba Ialá é a quarta apresentada à liderança dos "renovadores", após as do presidente interino do partido, Alberto Nambeia, também deputado, de Sola N'Quilin, actual ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e de Braima Sori Djaló (antigo conselheiro de Kumba Ialá).

No congresso dos PRS será também escolhido o novo secretário- geral, tendo sido apresentadas cinco candidaturas: Carlitos Barai (ministro das Obras Públicas, Transportes e Urbanismo), Augusto Poquena (secretário de Estado da Energia e antigo secretário-geral dos "renovadores" de 1992 a 1996), Tibna Sambé Nawana (secretário de Estado da Cooperação Internacional), e os deputados Daniel Suleimane Embaló e Fernando Correia Landim, um dos co-fundadores do PRS e antigo ministro da Defesa e do Interior.

O PRS foi fundado em 1991 por um grupo de dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), entre eles Kumba Ialá, que abandonou a presidência dos "renovadores" pouco depois de ter sido eleito chefe do Estado guineense, nas presidenciais de 2000.

Desde a sua fundação, o PRS apenas realizou dois congressos, em 1997 e 1999, facto agravado com a polémica interna, que levou a clivagens graves no partido, de onde saíram já vários "notáveis", como Alamara Nhassé, ex-primeiro-ministro que formou entretanto outra força política, e Filomena Tipote, antiga chefe da diplomacia guineense.

As graves divergências internas levaram, em Junho último, também à demissão de Artur Sanhá, secretário-geral do PRS, mas tal não impediu que uma das alas dos "renovadores" viesse a integrar o governo guineense, onde conta com cinco ministros e quatro secretários de Estado.



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