sexta-feira, junho 09, 2006

Empresários querem soluções concretas para sector privado

Origem do documento: www.agenciabissau.com, 09 Jun 2006
Por: Sabino Santos

A castanha de cajú parece ser neste momento uma questão transversal na Guiné-Bissau. Está a ser conversa em todos os cantos. No dia 7 de Junho, foi a vez do sector privado e a Presidência da República manterem um encontro sobre o assunto.

Depois de uma reunião de 5 horas, Braima Camará, um dos membros da Câmara de Comércio Indústria e Artesanato, assegurou que foi um encontro no qual expuseram ao Presidente da República os verdadeiros problemas do sector privado.

Há um financeiro, social e político que assola o país, pedindo a intervenção de Nino Vieira para um maior diálogo com o Governo de Aristides Gomes. Como solução, querem que o Governo encontre alternativas consistentes e concretas para o sector privado.

A Câmara de Agricultura, Comércio e Indústria (CACI) guineense, também esteve representado no encontro, e Macária Barai, presidente dessa organização, também assegurou que manifestaram as mesmas preocupações ao chefe do Estado.

“Temos os problemas da comercialização da castanha de caju e da dívida interna, não há instituições financeiras que possam financiar o sector privado para que este possa operar como deve ser e temos o problema da Justiça, que está a dificultar a acção dos operadores nacionais”, sublinhou a presidente da CACI.

Segundo ela, faltam estímulos aos investidores estrangeiros para virem à Guiné-Bissau, bem como condições básicas de infra-estruturas para atrair o investimento, tais como a energia eléctrica, baixos custos nas telecomunicações e mais e melhores estradas.

“Falámos também da área da saúde, porque precisamos de ter saneamento básico para que os consumidores internacionais possam ter confiança nos produtos guineenses e da transformação de produtos locais, da agricultura, da modernização da agricultura. Mas tudo isso passa pela formação, que não temos”, indicou Macária Barai.

Segundo a presidente da CICA, que criticou também a falta de diálogo do Governo, “Nino” Vieira mostrou-se “receptivo” às preocupações do sector privado guineense e manifestou “disponibilidade total” em apoiar as iniciativas tendentes a melhorar o clima económico-social.

Macária Barai mostrou-se “convicta” de que a situação de impasse possa ser ultrapassada, mas só se houver diálogo, sobretudo no âmbito do Conselho Nacional de Concertação Social (CNCS), parado há mais de cinco meses.

“O chefe de Estado vai ajudar e manifestou a vontade de, sempre que for preciso, nos convocar para nos ouvir. Mas fez mais do que isso, vai falar com o primeiro-ministro para que ele se sente à mesa para dialogar com todos nós”, disse Macária Barai.

Braima Camará preferiu lembrar que a descapitalização do sector privado guineense se deve a guerra de 7 de Junho.

“Estiveram em debate três pontos: a primeira está ligada à necessidade de revitalização dos encontros de concertação social na busca de soluções palpáveis e concretas para o sector privado. O outro problema é o de comercialização da castanha de cajú. É a actividade económica e mais estratégica do país, mas não está a ser nada bom. E a Câmara de Comércio, está bastante preocupada com esta situação”, sublinhou o empresário.

A outra questão por ele referido, é dos empresários nacionais, praticamente descapitalizados. “Confessamos ao Presidente da República de que na situação em que nos encontramos neste momento, é preciso que o Governo assuma de uma vez por todas as suas responsabilidades para que se possa encontrar, uma solução financeira consistente para o sector privado. Assim, os empresários vão poder entrar no terreno, comprar a castanha e pagar seus impostos”, concluiu Braima Camará.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?