domingo, abril 23, 2006

Nino Vieira enfrenta dificuldades na formação do governo

Origem do documento: www.agenciabissau.com, 23 Abr 2006
por António Nhaga

O Presidente da República General Nino Vieira enfrenta grande dificuldade em escolher o novo Chefe do governo da reconciliação nacional que pretende formar com os partidos políticos com o assento parlamentar.
No início, Nino Vieira tinha em cima da sua mesa de trabalho o nome de economista guineense que trabalha no Banco Mundial Paulo Gomes para assumir os destinos do novo governo de Bissau. Mas, os paigcistas não querem ouvir falar do nome de Paulo Gomes. Pois, não estão dispostos a cozinhar a comida para outros comerem.
Para além dos paigcistas, os deputados do Partido da Renovação Social (PRS) e do Partido Unido Social-democrata (PUSD) que integram o Fórum da Convergência para o Desenvolvimento também não vêem com bons olhos o afastamento de Aristides Gomes da chefia do governo.
As duas formações políticas que estão atentas a evolução da situação interna do PAIGC, acreditam que o Chefe de Estado que conhece bem os seus aliados eleitorais. Por isso, não vai dar o espaço político a Malam Bacai Sanhá que perdera tudo no processo eleitoral.
Os deputados do PRS e PUSD estão convictos de que a reconciliação do PAIGC só será possível no congresso. Por outro lado, consideram pouco provável o Chefe de Estado afastar Aristides Gomes da chefia do governo.
Para os renovadores e sociais democrata guineense, o afastamento de Aristides Gomes do governo complicaria todo o cenário político nacional. Pois, implicaria a renovação e aprovação de um novo programa do governo.
Contudo, Agência Bissau sabe que Chefe Estado, quando deslocara a Mauritânia em visita oficial também foi até Marrocos onde teve um encontro com Koumba Ialá com quem discutiu a situação da formação do governo da unidade nacional. Pois, como se sabe quem manda no PRS é Koumba Ialá. Se o filosofo de barrete vermelho aceitar a proposta de Nino Vieira será difícil os deputados do seu partido dizer o contrario.
Agência Bissau apurou também que Paulo Gomes não está disposto a abandonar o Banco Mundial para assumir os destinos de executivo de Bissau, uma vez que o Chefe de Estado não o deixará formar um governo de tecnocratas. Por outro lado, está convencido de que o interesse do Chefe de Estado em convida-lo assumir os destinos do governo de unidade nacional deve-se pura e simplesmente ao facto de ser alto funcionário do Banco Mundial.
Fase esta posição de Paulo Gomes, Chefe Estado tem agora em cima da sua mesa o nome de um outro quadro guineense que trabalha nas Nações Unidas, o sociólogo Carlos Lopes.
Não obstante dificuldades que enfrenta de encontrar uma figura de consenso para dirigir o governo da unidade nacional, Chefe de Estado está muito avançado na estruturação de um espaço de unidade nacional a modelo de África do Sul.
Nino Vieira pretende institucionalizar no país uma espaço de debate onde os partidos políticos e a sociedade civil poderão debater todas as questões candentes da nação guineense.
Os Ex-Presidente Malam Bacai Sanhá e Henrique Rosa já aceitaram essa ideia de Nino Vieira. Faltam agora os partidos políticos com o assento parlamentar e outras figuras das instituições da República.
Chefe de Estado voltará, brevemente, a reunir com os partidos políticos com assento parlamentar e outras instituições da República analisar de novo a melhor forma de institucionalizar o referido espaço de debate inter-guineense.
Recorde-se, Nino Vieira já reuniu com os membros do Conselho de Estado, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-ministro, os representantes do Secretário-geral das Nações Unidas, da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), da Comunidade Económico dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e outras instituições da República para os informar da sua pretensão de formar mais um governo da unidade nacional para poder promover a reconciliação nacional da família guineense.
O Chefe de Estado iniciou, assim, o cumprimento de uma das suas razões do regresso ao país no ano transacto.
Quando regressara ao país, General Nino Vieira dissera que uma das razões do seu regresso era a pretensão de promover a reconciliação e a unidade nacional da família guineense.



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