sexta-feira, abril 28, 2006

Deputado rejeita acusação de financiar rebeldes de Casamança

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 28 Abr 2006

O deputado Lamarana Djaló rejeitou hoje, de forma categórica e documental, que alguma vez tenha financiado actividades de rebeldes de Casamança como foi acusado pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, no passado mês de Março.

Em conferência de imprensa, Lamarana Djaló, deputado eleito nas listas do Partido da Renovação Social, indicou que tudo não passou, no seu entender, de uma cabala política, em que o seu nome foi envolvido, por pessoas que não identificou.

"Sou um homem de negócios, sou político, mas jamais apoiei ou posso apoiar as acções, sejam quais forem, de pessoas que possam perigar a paz no meu país ou os interesses do Senegal", afirmou Lamarana Djaló, no encontro com jornalistas na sede do Parlamento guineense.

O nome de Lamarana Djaló, deputado eleito nos círculos de Ingoré e São Domingos, foi referido pelo CEMGFA guineense, major general Tagmé Na Waié, por diversas vezes, em declarações públicas, como "fornecedor de géneros alimentícios e outros bens" a rebeldes de Casamança.

Na altura, Tagmé Na Waié ameaçou dar ordem de prisão ao deputado caso não lhe fosse retirada a imunidade, solicitação que não foi atendida pela mesa da presidência do parlamento, por considerar o pedido do CEMGFA uma "afronta" ao órgão e ao estatuto do deputado.

O caso foi objecto de acesa polémica entre o parlamento e a chefia do exército, numa altura em que as Forças Armadas guineenses procediam operações de "limpeza" das alegadas bases de um grupo rebelde senegalês liderado por Salif Sadjo, que se encontrava em território guineense.

Após um mês de intensos combates na região de São Domingos, as tropas guineenses acabariam por expulsar do território da Guiné-Bissau o grupo rebelde, sem, no entanto, terem conseguido deter Salif Sadjo.

Evitando referir-se directamente ao CEMGFA, o deputado Lamarana Djaló explicou aos jornalistas que tudo o que se disse a seu respeito não correspondeu a verdade, porque, contou, foi exactamente o que lhe disseram as autoridades com as quais reuniu-se para esclarecer o caso.

"Reuni-me com o primeiro-ministro, com o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, com o embaixador do Senegal e com o presidente da República, todos me disseram que podia fazer as minhas actividades livremente porque nada do que se disse sobre a minha pessoa corresponde a verdade", sustentou o deputado do PRS.

Para confirmar que está "ilibado" das acusações, Lamarana Djaló entregou aos jornalistas uma cópia de um documento em que o CEMGFA, Tagmé Na Waié, confirma que não pendem sobre o parlamentar quaisquer acusações nem processos judiciais ou militares.

Por seu lado, o PRS, através do porta-voz Joaquim Baptista Correia, considerou que o deputado Djaló foi vítima de um acto de "difamação e de atentado ao bom-nome", pelo que o partido lhe reitera toda a confiança e solidariedade.

Alem de político, Lamarana Djaló é um conhecido homem de negócios na região de Cacheu, segundo o próprio, com fortes ligações empresariais e comerciais no Senegal.



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