segunda-feira, abril 10, 2006

Comando militar não é responsável pela morte de Salif Sadio

Origem do documento: www.agenciabissau.com, 10 Abr 2006
por António Nhaga

O Comandante da Zona Militar Norte Tenente-Coronel António Indjai recebeu, para esta entrevista, o repórter da Agência Bissau debaixo de uma árvore onde dirige a operação de limpeza contra os rebeldes de Salif Sadio.
Antes da entrevista reuniu todos oficiais operacionais do comando militar estacionado na vila de São Domingos e comunicar o Chefe de Estado-maior das Forças Armadas Major General Batista Tagme Na Waye em Bissau.
Tudo porque a situação militar é bastante delicada na Barraca de Mandioca. Por isso, todos deviam assistir a sua primeira grande entrevista a um órgão de Comunicação Social bastante lido fora do país.

AGÊNCIA BISSAU (AB) – Afinal, qual é a razão desta operação de limpeza contra os rebeldes de Salif Sadio?

ANTÓNIO INDJAI (AI) – Os rebeldes de Salif Sadio construíram, o seu famoso Estado-maior, no nosso território na Barraca de Mandioca. Nós pelo amor que temos ao nosso país não vamos admitir ninguém instalar na nossa fronteira. Além de instalarem na nossa fronteira os rebeldes de Salif Sadio perturbam, permanentemente, a nossa população. Portanto, é esta a razão fundamental desta operação da limpeza desta sujeira chamada rebeldes de Salif Sadio.

AB – A Guiné-Bissau protegeu durante muitos anos os rebeldes de Casamansa no seu território, por que é só agora que resolveu desencadear esta operação de limpeza?

AI – Para nós militares nunca é tarde cumprir um dever. Por outro lado, devo dizer-lhe que quando os rebeldes de Salif Sadio estavam fora da nossa fronteira não preocupávamos com a sua acção e nunca desencadeamos uma operação de limpeza desta natureza. Mas, agora os rebeldes de Salif Sadio ultrapassaram a linha de fronteira. Construíram o seu Estado-maior na Barraca de Mandioca e minaram a fonte de Taptop onde a nossa população iam buscar água para o seu consumo diário. Como defensar da nossa integridade territorial não podemos ficar indiferentes a esta situação. Por isso, fomos obrigados a desencadear uma operação de limpeza para expulsa-los no nosso país.

AB – Quanto tempo poderá durar esta operação de limpeza?

AI – Enquanto a nossa fronteira não tiver limpa desta lixeira de rebeldes de Salif Sadio a operação de limpeza continuará. Mesmo se for necessário combateremos aqui cem anos. Porque não queremos mais sujeira aqui na nossa fronteira. É uma espécie de cólera que temos que combater de uma vez por toda no nosso país. Estamos determinados. Não podemos deixar esta cólera alastrar na nossa fronteira. Para isso, temos que expulsar os rebeldes de Salif Sadio na nossa fronteira.

AB – Quais são as dificuldades que enfrentam agora para expulsar os rebeldes? Há quem diga que os rebeldes estão a cortar pescoços aos militares guineenses?

AI – Não é verdade que os rebeldes de Salif Sadio estão a cortar pescoços aos nossos militares. Devo dizer-lhe que no nosso país há partidos políticos que vivem a custa dos rebeldes de Casamansa. Não têm o amor a pátria. Por isso, o desejo destes partidos políticos é de ver sempre a Guiné-Bissau em má lençóis. Aliás, no nosso país há quem criou partido só com o objectivo de ver sempre a Guiné-Bissau em má lençóis. As pessoas que dizem que os rebeldes estão a cortar pescoços aos nossos militares, são aquelas tiveram na tropa portuguesa que foram educadas pelos colonialismos contra a Guiné-Bissau. Têm sempre o amor de fazer mal a Guiné-Bissau, porque combateram ao lado colonialismo português para conquistar a independência ao seu favor e não conseguiram. Por isso, repito querem sempre ver a Guiné-Bissau em má lençóis.
Não enfrentamos aqui nenhum tipo de dificuldades. Mesmo que houvesse dificuldades vamos ultrapassa-las, porque estamos a defender o nosso país.

AB – Como é que está, neste momento, a moral dos seus homens?

AI – A moral dos meus homens está bastante elevada, porque têm o amor a pátria. Por outro lado, sabem que têm o dever de defender a nossa pátria. Por isso, estão determinados e preparados para expulsar os rebelde de Salif Sadio na nossa fronteira.

AB – Com as suas palavras pode-se depreender que estão prontos para o assalto final ao Quartel-general de Salif Sadio?

AI – Claro, está somente a espera do último assalto para acabarmos com a limpeza dos rebeldes na nossa fronteira. Garanto-lhe que vamos limpar a Barraca de Mandioca com a maior vassoura do mundo e que não vai aparecer mais rebeldes na nossa fronteira.

AB – Objectivo é de capturar Salif Sadio vivo?

AI – O nosso objectivo é de limpar a sujidade no nosso país. Mas, se Salif Sadio não fugir da Barraca de Mandioca, o que acontecer com ele não é da nossa responsabilidade.

AB – Há quem diga que os militares da Guiné-Bissau receberam dinheiro para envolver numa guerra que não é deles?

AI – Os militares da Guiné-Bissau não são mercenários. A nossa obrigação é de defender a integridade do nosso território. Combatemos durante onze anos contra o colonialismo português sem receber nenhum dinheiro, por que é que só agora que vamos receber dinheiro de alguém para defender o nosso país. Se for assim, então não valeria a pena estarmos aqui a combater. Seria melhor despirmos a farda e irmos para casa. É bom que a verdade seja dita, não recebemos nenhum dinheiro. Mas garanto-lhe enquanto Salif Sadio e os seus homens não saírem da nossa fronteira não vamos parar com a operação de limpeza contra eles.

AB – A comunidade guineense no Estrangeiro está bastante preocupada com esta operação de limpeza na fronteira?

AI – Gostaríamos que o seu jornal informasse a nossa comunidade em Portugal, em França, em Espanha, em Dacar e nos outros países do mundo para estar descansada. Pois, a razão desta operação de limpeza contra os rebeldes de Salif de Sadio deve-se ao facto de terem ultrapassado a linha da fronteira e instaram no nosso país. Os rebeldes de Salif Sadio não podem nem devem instalar no nosso país para reivindicarem a sua independência e perturbar, constantemente, a nossa população.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?