sexta-feira, abril 07, 2006

Comando militar apela à rendição dos rebeldes de Casamança

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 07 Abr 2006

O exército guineense lançou hoje um apelo aos rebeldes de Casamança (Senegal), com os quais trava combates na região de São Domingos, para se entregarem e serem presentes "legalmente" às autoridades competentes.

Segundo um jornalista da rádio comunitária Kassumay de São Domingos, contactado pela Agência Lusa, a partir de Bissau, o comando militar das três frentes de combate está a repetir apelos na emissora local sugerindo a rendição dos independentistas fiéis ao chefe Salif Sadio.

Ainda de acordo com o jornalista da rádio Kassumay, o comando guineense apela aos apoiantes da rebelião de Casamança para se entregarem às forças armadas guineenses "de forma a evitar sofrimentos desnecessários".

Desde há 20 dias que as Forças Armadas guineenses travam combates com uma facção dos rebeldes de Casamança (Senegal), alegadamente alojados, em bases, no território da Guiné-Bissau, tendo como objectivo a sua expulsão.

No comunicado o comando do exército guineense refere que não se responsabilizará por aquilo que poderá acontecer aos "desobedientes" ao apelo.

Fontes no terreno indicaram à Lusa, entretanto, que vários elementos, supostamente, afectos à rebelião senegalesa se encontram detidos em São Domingos, feitos prisioneiros de guerra.

Muitos foram encaminhados para Bissau, desde o início das operações.

Ainda de acordo com as mesmas fontes, há dois dias que não há bombardeamentos na vila de São Domingos, quartel- general do comando do exercito guineense que combate, nas aldeias limítrofes, os rebeldes de Salif Sadio.

Em Bissau o governo, em conselho de ministros, voltou a debruçar-se sobre a situação do conflito na zona da fronteira norte com o Senegal, mostrando preocupação com os deslocados que fugiram das hostilidades, em São Domingos.

Enquanto isso, um comunicado do Gabinete de Coordenação das Nações Unidas na Guiné-Bissau dá conta da existência de cerca de 08 mil deslocados fugidos dos combates, encontrando-se nas vilas de Ingoré, Cacheu, Bula, Canchungo, Bissorã e Suzana.

Desde o eclodir do conflito, a 17 de Março, as agências das Nações Unidas na Guiné-Bissau já enviaram para estas localidades mais de 80 toneladas de víveres para os deslocados, lê-se ainda no comunicado hoje emitido, em Bissau, em nome destas organizações.

Por outro lado, o antigo presidente interino guineense Henrique Rosa ofereceu aos deslocados frangos e ovos em quantidades não especificadas. Henrique Rosa é proprietário de um dos poucos aviários existentes no país, na vila turística de Quinhamel , 40 quilómetros a norte de Bissau.



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