segunda-feira, abril 17, 2006

CEMGFA visita antiga base rebeldes Casamança, Barraca Mandioca

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 17 Abr 2006

O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineense visitou hoje a antiga base de rebeldes de Casamança (Senegal), na localidade de Barraca Mandioca, ocupada pelo exército de Bissau quinta-feira passada.

A notícia da visita surpresa do general Baptista Tagmé Na Waié a Barraca Mandioca está a ser difundida pela comunicação social guineense, para mostrar a "vitória" do exército de Bissau sobre a facção mais radical dos independentistas de Casamança, liderada por Salif Sadio.

Em declarações à Rádio Difusão Nacional (RDN, estatal), Tagmé Na Waié afirmou que a deslocação a Barraca Mandioca simboliza a "expulsão dos bandidos" do território guineense.

Saudando os soldados que participaram na Operação Limpeza, nome dado à iniciativa dos militares guineenses na região de São Domingos, o CEMGFA guineense disse que o exército não teve outra alternativa senão "combater os bandidos" de Salif Sadio.

"O povo deu-nos as armas para o defendermos. Não podíamos ver o nosso território ocupado por bandidos armados. Tivemos de correr com eles, porque o chefe deles - Salif Sadio- não quis abandonar a bem o nosso território", defendeu Tagmé Na Waié.

Sobre o paradeiro de Salif Sadio, que se auto- intitulou chefe supremo do Movimento das Forças Democráticas da Casamança (MFDC), não há indicações concretas.

Na passada quinta-feira correram rumores, em São Domingos, sobre a sua captura, que, no entanto, nunca foi confirmada pelo comando da Operação Limpeza.

A única promessa deixada pelo chefe desta missão, o tenente-coronel António Indjai, foi que o exército guineense iria dar caça a Salif Sadio, mesmo que estivesse "debaixo de uma cama qualquer no Senegal".

O governo senegalês prometeu uma recompensa de 145 milhões de Francos CFA (221 mil euros) para a captura de Salif Sadio, opositor intransigente ao diálogo com as autoridades de Dacar para uma resolução pacífica do conflito na região de Casamança que dura há mais de duas décadas.

Ainda em declarações aos militares envolvidos nas operações de "limpeza" na região de São Domingos, Tagmé Na Waié recomendou coragem, afirmando que serão "mimados" por constituírem "um orgulho nacional".

"Vamos mimar esses militares, porque são o orgulho nacional. Já resolvemos a situação do vosso salário a partir do posto de major para baixo", disse o CEMGFA, entre os "vivas" e aplausos de milhares de jovens soldados.

"Apelo para que continuem a ter a coragem nas vossas acções, aliás o que as Forças Armadas guineenses sempre demonstraram, mesmo durante a luta armada contra o colonialismo, debaixo de bombardeamentos de aviões, barcos e canhões, mantivemo-nos firmes", assinalou Tagmé Na Waié.

O presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, também saudou os militares envolvidos na Operação Limpeza, destacando o cumprimento de dever patriótico que foi a missão desencadeada a 17 de Março passado.

Segundo "Nino" Vieira, a zona da fronteira norte da Guiné-Bissau com o sul do Senegal está hoje "limpa e livre" de quaisquer bases da guerrilha de Casamança.



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