quarta-feira, março 15, 2006

Primeiro-ministro nega movimentações militares junto a Casamança

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 15 Mar 2006

O primeiro-ministro guineense negou hoje que haja movimentações de militares da Guiné-Bissau na fronteira com a região senegalesa de Casamança, como denunciou um deputado do PAIGC, garantindo tratar-se de operações de prevenção.

Augusto Olivais, deputado do PAIGC, denunciou hoje no Parlamento a existência de movimentações de militares guineenses, desafiando o primeiro-ministro, Aristides Gomes, a desmentir as informações que circulam no país sobre este assunto.

"Não há movimentações de militares guineenses, há isso sim, operações de prevenção das nossas forças Armadas na linha da fronteira norte da Guiné-Bissau por causa da evolução do conflito em Casamança. Temos que estar vigilantes", disse Aristides Gomes questionado pelos jornalistas.

Segundo o primeiro-ministro, que falava à saída de mais uma sessão no Parlamento destinada a debater o programa do Governo, as forças armadas estão desde há alguns dias em prevenção na fronteira com Casamança, mas sem intervir no conflito.

De acordo com Aristides Gomes há indicações de um recrudescimento do conflito naquela região sul do Senegal onde uma rebelião armada luta há mais de duas décadas pela independência.

"Há já alguns dias que as nossas forças armadas estão de prevenção na fronteira (norte), não podemos entrar em detalhes sobre o número de homens, mas garantimos que não intervieram" no teatro das operações, garantiu o chefe do executivo de Bissau.

"Não há motivos para alarme", disse ainda, reconhecendo, no entanto, que a partir do momento em que há conflito em Casamança as fronteiras guineenses estão ameaçadas. "Mas, repito, não há qualquer intervenção das nossas forças armadas", insistiu Aristides Gomes.

Segundo a imprensa senegalesa, que cita "fontes no terreno", as tropas guineenses estarão envolvidas em operações destinadas a capturar o líder rebelde Salif Sadio, um dos temíveis comandantes do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC) que tem sido referenciado como relutante ao dialogo com o Governo de Dacar.

Confrontado pela Agência Lusa com as notícias divulgadas, o primeiro-ministro limitou-se a considerar que se trata de um "problema interno para aqueles que estão directamente ligados ao conflito".

Na terça-feira, Aristides Gomes anunciou a intenção do executivo de criar um Observatório para seguir de perto o conflito de Casamança, iniciativa que mereceu duras críticas por parte de alguns deputados, nomeadamente Iaia Djaló, segundo vice-presidente do Parlamento e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Para este parlamentar, o Governo devia estar mais preocupado com os problemas internos da Guiné-Bissau do que em criar um Observatório, envolvendo-se num assunto interno de um país vizinho, ou seja o Senegal.

O primeiro-ministro justificou a iniciativa com a preocupação com que as autoridades guineenses acompanham o conflito de Casamança, visto que afecta os interesses da Guiné-Bissau.



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