quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Onze partidos criam Frente Republicana Ampla contra «Nino»

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 08 Fev 2006

Onze partidos políticos, incluindo o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), criaram uma Frente Republicana Ampla (FRA) para lutar contra as alegadas intenções do presidente de instaurar uma ditadura no país.

A assinatura da declaração política de constituição da frente, que não pretende ser um partido político, decorreu na segunda-feira à noite, na sede do PAIGC, em Bissau, mas só hoje foi anunciada à imprensa.

Integram a Frente, além do PAIGC e entre outros partidos, a União para a Mudança (UM), de Amine Saad, o Partido da Solidariedade e Trabalho (PST), de Iancuba Indjai, a União dos Patriotas Guineenses (UPG), de Francisca "Zinha" Vaz, e o Fórum Cívico Guineense Social- Democracia (FCGSD), de Antonieta Rosa Gomes, A frente, também designada "os Republicanos", inclui ainda outras pequenas formações políticas, nomeadamente a LIPE, União Eleitoral, PP, PDG, PDSG e PRP. A Frente Republicana Ampla surgiu após várias noites de vigília de mulheres do PAIGC e de partidos que apoiaram o candidato desta formação política nas presidenciais de Junho último (Malam Bacai Sanhá), em protesto contra a decisão do Supremo Tribunal de Justiça que deu razão ao presidente "Nino" Vieira na nomeação do actual governo.

Segundo Zacarias Baldé, secretário-geral do PST e porta-voz da FRA, o objectivo foi criar "um espaço de concertação para impedir que o presidente guineense se substitua à Constituição da República e instaure a ditadura no país".

"A decisão do Supremo Tribunal desvirtuou a justiça material e coloca sérios problemas ao futuro do país, pois abre o caminho à implementação de uma ditadura do Presidente da República", disse Zacarias Baldé.

Para este activista do novo espaço de concertação política, os juízes do supremo puseram em causa o princípio de separação de poderes na Guiné-Bissau ao darem razão ao chefe de Estado na nomeação do governo liderado por Aristides Gomes "É preciso combater com firmeza qualquer tentativa de implementação de ditadura no país e também a falta de ética dos tribunais", defendeu o porta-voz da Frente Republicana Ampla.

Segundo Zacarias Baldé "a democracia guineense está em perigo", por isso os partidos integrantes da FRA "vão lutar com armas democráticas", para impedir que a ideia de matar vingue na Guiné-Bissau.

A FRA promete anunciar, nos próximos dias, as formas de luta a desencadear.



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