quarta-feira, janeiro 25, 2006

40 mil toneladas do pescado guineense são roubadas

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 25 Jan 2006

Cerca de 40 mil toneladas do pescado guineense são roubadas pelos armadores estrangeiros que operam nas águas territoriais do país, disse hoje à Agência Lusa, Abdu Mané, Ministro das Pescas e Economia Marítima.

Segundo o governante, o "roubo" foi identificado através de um estudo recentemente realizado por uma instituição financeira internacional credível, mandado efectuar pelo governo guineense.

De acordo com Abdu Mané, que cita o estudo, é recorrente a pratica de pesca ilegal, não regulamentada ou não autorizada nas águas territoriais guineenses, sobretudo, nos últimos sete anos, devido a fragilidade ou ausência do sistema do controlo marítimo.

Os armadores "piratas" aproveitam-se da situação da fragilidade do sistema de controlo, sobretudo, nos países em guerra civil ou que conheceram este flagelo, como são os casos da Serra Leoa, Libéria e Guiné-Bissau, sublinhou Abdu Mané.

Recentemente, o governo suspendeu a emissão de licenças a barcos de um conjunto de armadores sul coreanos que pescavam de forma ilegal em águas territoriais guineenses, podendo a mesma medida ser aplicada aos de outras nacionalidades, disse ainda Mané.

"Estão dar cabo dos nossos recursos haliêuticos e, o pior de tudo, não querem colaborar", disse o ministro das Pescas e Economia Marítima, ao referir-se aos "problemas" que as autoridades de fiscalização estão a ter com os armadores apanhados em falta.

Além de coreanos, pescam nas águas guineenses armadores chineses, russos de países da União Europeia (UE), nomeadamente portugueses, italianos e espanhóis, senegaleses, guineenses (de Conacri) e malianos.

Com o apoio da UE, com a qual a Guiné-Bissau mantém boas relações no domínio das pescas, o governo já dispõe de dois navios para fiscalização, devendo adquirir, muito em breve um radar que será instalado no posto avançado de controlo nas ilhas Bijagós, ao qual estarão conectados todos os navios de pesca que operam nas águas guineenses, adiantou Abdu Mané.

"A Pesca tem de ser controlada, porque está para a Guiné- Bissau como o petróleo está para os países industrializados. É preciso firmeza e uma mão dura do governo", sublinhou o ministro das Pescas, sector que representa 45 por cento das receitas internas no Orçamento Geral de Estado (OGE).



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