terça-feira, dezembro 27, 2005

Governo declara fim epidemia cólera, alerta sobre febre-amarela

Origem do documento: www.lusa.pt

Bissau, 27 Dez (Lusa) - O governo guineense declarou hoje o fim da epidemia de cólera no país, mas alertou para a eventualidade de um surto de febre-amarela em algumas zonas da Guiné-Bissau, nomeadamente nas localidades próximas da fronteira com a Guiné-Conacri.

O fim da cólera, que em oito meses provocou 430 mortos em mais de 25 mil casos detectados pelos serviços sanitários, foi hoje anunciado pela ministra da Saúde Pública, Antónia Teixeira.

A nova titular da pasta da Saúde guineense efectuou uma visita de trabalho ao hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, onde disse que já não há nenhum caso de cólera nos hospitais guineenses.

No entanto, Antónia Teixeira alertou para o "perigo" de um recrudescimento da doença nesta altura de festas, uma vez que a tendência é para que as pessoas se aglomerem e troquem utensílios de comida e bebida, "meio" propício para o alastramento de focos de contágio.

A ministra da Saúde pediu "vigilância e atenção", prometendo disponibilidade das instituições sanitárias para dar resposta à qualquer situação de cólera no país.

Antónia Teixeira aproveitou a ocasião para alertar contra o aparecimento de um surto de febre-amarela, sobretudo, nas regiões junto à fronteira com a Guiné- Conacri.

A localidade de Pitche, no leste da Guiné-Bissau, terá já registado pelo menos dois casos de morte com febre- amarela, admitiu a ministra da Saúde.

O governo está a tomar as medidas necessárias para combater a febre-amerela, tendo contactado organizações internacionais com vista ao fornecimento de vacinas, que não existem no país.

Por outro lado, o Ministério da Saúde Pública já tem um "plano de contingência", através de um orçamento a entregar à GAFI, organização indiana que actua na área de apoio sanitário aos países menos avançados, para a compra de vacinas contra a febre-amarela.

O governo tamém já se reuniu com as representações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a organização não governamental, Plan/Guiné-Bissau.

Segundo a ministra Antónia Teixeira todas estas organizações prometeram apoios ao governo, através de compra de vacinas, mas, reconhecem que a situação "ainda não requer alarme", porque, explicou, a Guiné-Bissau "não é um pais de surtos de febre-amarela".

Na conversa recente entre a ministra guineense da Saúde e o representante da OMS na Guiné-Bissau, António Pedro Delgado ficou assente que a situação não é apara alarme, apenas de vigilância, disse a governante.

Contudo, o facto de existir um contacto directo entre as populações das zonas fronteiriças, nomeadamente, nas localidades do leste e sul da Guiné-Bissau com o Senegal e a Guiné-Conacri obriga a que haja "preocupação" das autoridades sanitárias guineenses.

A ministra da Saúde guineense anunciou "para breve" o envio de uma equipa de técnicos com o intuito de vacinar todas as pessoas das localidades próximas da fronteira com a Guiné-Conacri.

Doença tropical e de rápido contágio, a febre- amarela é provocada por uma picada de mosquito infectado.
MB. Lusa/Fim



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