sexta-feira, setembro 09, 2005

PAIGC prepara-se para aceitar vitória de Nino

Origem do documento: www.lusa.pt, 09 Set 2005

Bissau, 09 Set (Lusa) - O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), no poder na Guiné-Bissau, prepara-se para aceitar a vitória de João Bernardo "Nino" Vieira, disseram hoje à Agência Lusa fontes partidárias.

Segundo as fontes, a decisão foi tomada na reunião de "bureau" político de quinta-feira na sede do partido, em Bissau, na qual ficou determinado que não restam outras alternativas ao PAIGC além de aceitar os resultados das eleições presidenciais.

Também o "bureau" político, órgão de decisão do PAIGC, decidiu sensibilizar o candidato apoiado pelo partido, Malam Bacai Sanhá, a "conformar-se" com os resultados eleitorais, embora, admitindo que teria sido o candidato mais votado na segunda volta das presidenciais.

Aquele órgão do PAIGC quer que Bacai Sanhá tenha uma "postura conciliadora" com os "interesses superiores da nação", admitindo os resultados de maneira a "desbloquear" o impasse que se assiste no país, declararam as mesmas fontes.

Tanto Bacai Sanhá, que não é membro do "bureau" político, e a própria direcção do PAIGC recusaram até agora aceitar os resultados da segunda volta das presidenciais, realizadas em Julho ultimo, alegando fraude no escrutínio que deu a vitória a "Nino" Vieira.

Antes da investidura de "Nino" Vieira, marcada para 01 de Outubro próximo, o PAIGC vai "conversar" com Bacai Sanhá para que este aceite os resultados, organizando depois um "grande comício", em Bissau, para explicar aos apoiantes esta decisão.

Em seguida avançará para uma reunião alargada, entre os dias 25 a 27 deste mês, desta feita à nível do Comité Central (CC), órgão cimeiro no intervalo de Congressos, onde vai ratificar a decisão do BP, ou seja aceitando "Nino" Vieira como Presidente eleito da Guiné- Bissau, adiantaram à Lusa as mesmas fontes do PAIGC.

Em contrapartida a este novo "posicionamento político", o PAIGC quer levar "Nino" Vieira a sentar-se com o partido e com o Governo do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, para a busca de "solução de compromisso" para a estabilização do país.

Segundo as fontes do PAIGC, o "bureau" político chegou a este entendimento, por um lado, porque pretende "salvar a face ao partido", e por outro, devolver a estabilidade às instituições da República.
MB.
Lusa/Fim



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