sexta-feira, agosto 26, 2005
Sanhá diz que vai interpor recursos "até que justiça seja feita"
Origem do documento: www.lusa.pt, 26 Ago 2005
Bacai Sanhá vai interpor recursos "até que justiça seja feita"
Bissau, 26 Ago (Lusa) - Malam Bacai Sanhá, candidato derrotado na segunda volta das eleições presidenciais guineenses, anunciou hoje que irá interpor recursos no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) "até que a justiça seja feita".
Bacai Sanhá fez esta declaração aos jornalistas momentos antes de embarcar no aeroporto de Bissau, na companhia do primeiro-ministro e líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, para uma visita de 24 horas à Nigéria.
Olesegun Obasanjo, presidente nigeriano e também líder da União Africana (UA), chamou a Abuja quinta-feira à noite Carlos Gomes Júnior e Bacai Sanhá para tentar perceber o que se passa na Guiné-Bissau desde a eleição presidencial de Julho último.
Bacai Sanhá, que recusa admitir a sua derrota na segunda volta das presidenciais de Julho último, indicou aos jornalistas que vai dar à Obasanjo a sua versão dos factos, insistindo, contudo, na reabertura de urnas eleitorais pelo STJ.
O facto de o STJ ter chumbado, por duas vezes, os recursos interpostos pelos seus advogados, não é para Bacai Sanhá problema de maior, porquanto, reconheceu, o tribunal está apenas a "cumprir o seu papel".
"O Supremo Tribunal - disse - está a fazer o seu papel, mas eu também estou a fazer valer os meus direitos enquanto cidadão. Se for o caso vou interpor no Supremo 10, 20, 100 recursos até que a justiça seja feita".
Além do primeiro recurso contencioso, interposto logo que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) publicou os resultados da segunda volta, os advogados de Bacai Sanhá avançaram com mais duas diligências semelhantes naquela instância.
Um recurso exigindo a revisão do acórdão que chumbou o primeiro foi rejeitado liminarmente pelos juízes do STJ e, a meio desta semana, um outro, desta feita de agravo, a solicitar a inconstitucionalidade da primeira decisão, ainda aguarda resposta.
Questionado sobre o que significa para si fazer-se justiça neste caso, Bacai Sanhá referiu a abertura das urnas eleitorais para a recontagem dos votos obtidos entre ele e "Nino" Vieira na segunda volta.
"A justiça é condição fundamental para a paz, a tranquilidade e reconciliação entre os guineenses, é só isso que queremos", disse, sublinhando não ser problema seu a pretensão dos apoiantes de "Nino" Vieira de verem este investido no cargo de presidente eleito no dia 03 de Setembro.
"A minha posição é clara: enquanto não for feita justiça neste processo, não reconheço o general +Nino+ Vieira como presidente eleito. Mesmo que a cerimónia da sua investidura seja marcada para esta tarde, isso não é meu problema", disse.
"Nino" Vieira iniciou hoje uma visita privada à Europa, começando por Portugal e passando depois pela Bélgica e a França. Na capital francesa vai submeter-se a um exame médico de rotina.
Sob forte escolta militar até embarcar no avião semanal da TAP Air Portugal, o presidente eleito guineense não quis prestar declarações aos jornalistas no aeroporto internacional "Osvaldo Vieira" de Bissau.
MB.
Lusa/Fim
Bacai Sanhá vai interpor recursos "até que justiça seja feita"
Bissau, 26 Ago (Lusa) - Malam Bacai Sanhá, candidato derrotado na segunda volta das eleições presidenciais guineenses, anunciou hoje que irá interpor recursos no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) "até que a justiça seja feita".
Bacai Sanhá fez esta declaração aos jornalistas momentos antes de embarcar no aeroporto de Bissau, na companhia do primeiro-ministro e líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, para uma visita de 24 horas à Nigéria.
Olesegun Obasanjo, presidente nigeriano e também líder da União Africana (UA), chamou a Abuja quinta-feira à noite Carlos Gomes Júnior e Bacai Sanhá para tentar perceber o que se passa na Guiné-Bissau desde a eleição presidencial de Julho último.
Bacai Sanhá, que recusa admitir a sua derrota na segunda volta das presidenciais de Julho último, indicou aos jornalistas que vai dar à Obasanjo a sua versão dos factos, insistindo, contudo, na reabertura de urnas eleitorais pelo STJ.
O facto de o STJ ter chumbado, por duas vezes, os recursos interpostos pelos seus advogados, não é para Bacai Sanhá problema de maior, porquanto, reconheceu, o tribunal está apenas a "cumprir o seu papel".
"O Supremo Tribunal - disse - está a fazer o seu papel, mas eu também estou a fazer valer os meus direitos enquanto cidadão. Se for o caso vou interpor no Supremo 10, 20, 100 recursos até que a justiça seja feita".
Além do primeiro recurso contencioso, interposto logo que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) publicou os resultados da segunda volta, os advogados de Bacai Sanhá avançaram com mais duas diligências semelhantes naquela instância.
Um recurso exigindo a revisão do acórdão que chumbou o primeiro foi rejeitado liminarmente pelos juízes do STJ e, a meio desta semana, um outro, desta feita de agravo, a solicitar a inconstitucionalidade da primeira decisão, ainda aguarda resposta.
Questionado sobre o que significa para si fazer-se justiça neste caso, Bacai Sanhá referiu a abertura das urnas eleitorais para a recontagem dos votos obtidos entre ele e "Nino" Vieira na segunda volta.
"A justiça é condição fundamental para a paz, a tranquilidade e reconciliação entre os guineenses, é só isso que queremos", disse, sublinhando não ser problema seu a pretensão dos apoiantes de "Nino" Vieira de verem este investido no cargo de presidente eleito no dia 03 de Setembro.
"A minha posição é clara: enquanto não for feita justiça neste processo, não reconheço o general +Nino+ Vieira como presidente eleito. Mesmo que a cerimónia da sua investidura seja marcada para esta tarde, isso não é meu problema", disse.
"Nino" Vieira iniciou hoje uma visita privada à Europa, começando por Portugal e passando depois pela Bélgica e a França. Na capital francesa vai submeter-se a um exame médico de rotina.
Sob forte escolta militar até embarcar no avião semanal da TAP Air Portugal, o presidente eleito guineense não quis prestar declarações aos jornalistas no aeroporto internacional "Osvaldo Vieira" de Bissau.
MB.
Lusa/Fim