segunda-feira, agosto 15, 2005

Museu Nacional da Guiné-Bissau, 1988


capa e contracapa


págs. 2 e 3

INTRODUÇÃO

Museu Nacional da Guiné-Bissau - Fenómeno natural ou ocasional?

Recordemos a Constituição. O Artigo 17. o da Lei Fundamental que orienta a política da Guiné-Bissau diz que é imperativo fundamental do Estado criar e promover as condições favoráveis à preservação da identidade cultural, como suporte da consciência e dignidade nacionais e factor estimulante do desenvolvimento harmonioso da sociedade. O Estado preserva e defende o Património Cultural do Povo, cuja valorização deve servir o progresso e a salvaguarda da dignidade humana. «Aliás, Cabral já dizia que, para que a cultura possa desempenhar o papel importante que lhe cabe no desenvolvimento sócio-económico do País, este deve saber preservar os valores culturais positivos de cada grupo social bem definido, de cada categoria social, realizando a confluência desses valores, dando-lhes uma dimensão nacional».

Então, como compreender a criação do primeiro Museu Nacional, apenas depois de 14 anos de existência como Estado soberano?

A compreensão deste facto só será possível se fizermos uma pequena retrospectiva no tempo e virmos as etapas percorridas até à sua criação. Com a proclamação da independência política e transferência do poder, foram desaparecendo paulatinamente peças e colecções do ex-Museu da Guiné Portuguesa que se instalara no Edifício do actual Ministério dos Negócios Estrangeiros.

As colecções que deviam ser transferidas para o recém-criado INIC (Instituto Nacional de Investigação Científica) no actual Ministério do Trabalho, foram ficando pelo caminho em mãos desconhecidas. Pouco tempo depois, nova transladação das colecções para o actual Liceu Regional I e consequentemente nova fuga e por último com a extinção do INIC e criação do INEP em Dezembro de 1984, termina a fase de grandes transferências. O que não se conseguiu desviar chegou às nossas mãos no Complexo Escolar 14 de Novembro.

Sob tutela da Direcção-Geral da Cultura é criado, nos fins de 1985, um Projecto de Museu que posteriormente seria denominado Comissão Instaladora do Museu Nacional.

Esta Comissão Instaladora, sem meios que lhe permitissem desenvolver grandes trabalhos, foi consentindo sacrifícios para finalmente ver os frutos do seu trabalho árduo. Foram praticamente 3 anos de experiência, na tentativa de se mostrar a imagem de alguns aspectos da cultura material guinenese. Não obstante a série de dificuldades, a Comissão conheceu momentos felizes que se traduziram na realização de Exposições Temporárias em Bissau e no Interior do País assim como Exposições em Dakar, Banjul e Ziguinchor como forma de incrementação de relações profissionais entre países e instituições congéneres da Sub-Região.

Finalmente, a 25 de Maio aparece o 1º Museu na Guiné-Bissau, com uma dúzia de peças herdadas do antigo Museu e com o fruto das expedições etnográficas realizadas pela equipa que trabalhou ao longo dos 3 anos.

A AGRICULTURA

«A característica fundamental de uma cultura é a sua íntima ligação de dependência e reciprocidade, com a realidade económica e social do meio, com o nível das forças produtivas e o modo de produção da sociedade que a cria» (A. Cabral).

A agricultura tem sido, tanto ontem como hoje, o factor principal e a base da economia das comunidades étnicas da Guiné-Bissau, constituindo a actividade fundamental de, praticamente, 90% da população guineense.

Um elemento importante a sublinhar é que ela é praticada, até então, com instrumentos tradicionalmente conhecidos. Daí que, para nós, todos eles constituem objectos de estudo. Sua duração, funcionalidade e produtividade são elementos importantes a saber.

O machado por exemplo, é utilizado por quase toda a população guineense.

Desde sempre a sua função foi a de derrube de árvores independentemente do tamanho destas. É utilizado por todos os grupos étnicos sendo difícil, para nós, de momento, definir concretamente a sua origem.

É feito em cabo alongado de madeira, e a parte onde encaixa o próprio machado é engrossada com um orifício de forma a poder receber o metal.


Fig. 1
1 - Machado (itchenwe) 1987-5-31
2 - Foice tanda - Instrumento agrícola, usado normalmente pelos homens para corte de arroz. É feito em cabo de madeira e a parte funcional em metal. 1987-5-29
3 - Kimba-Catana - Instrumento utilizado pelas mulheres. Em cabo de madeira, terminando por uma lâmina metálica, bem afiada para o corte de ervas e lenha. 1987-5-27


A CESTARIA E OLARIA

Duas actividades muito desenvolvidas entre as mulheres manjacas, papéis e balantas são a cestaria e olaria.

Duma forma tradicional, e com meios rudimentares, a mulher manjaca assim como a papel e balanta, fabrica cestos dos mais variados e destinados a muitos fins. Assim, utilizando folhas de palmeira, entre outras, são confeccionados balaios, cestos, etc.

Para a confecção de potes, vasos, moringos, panelas, etc. é utilizada a argila local que pode ou não sofrer transformação.

Depois de trabalhados, em substituição do forno, são queimados em fogueiras produzindo alta temperatura. Depois de queimados o peso dos objectos é menor mas no entanto ficam com maior consistência.

É prática normal a utilização da roda do oleiro, se bem que feita «à moda da casa».

Os vasos trazem representados desenhos e figuras geométricas tais como circunferências concêntricas, linhas paralelas, triângulos o que demonstra um certo conhecimento de geometria.


Fig. 2
CUPOM (cesto)
De confecção manjaca, é feito com fios de cibe interlaçados. Tem forma oval, com uma tampa quadrangular.
É utilizado normalmente para guardar as roupas, portanto como mala. Tem 32 cm de altura e 1,47 cm (?) de largura. 1988-2-13



Fig. 3
BALAIO MANJACO
De forma mais ou menos quadrangular alongada, termina com uma base com 4 bicos. É feito de nervura de tara entrançada sendo a parte de cima reforçada com o caule de um arbusto facilmente moldável.



Fig. 4 e Fig. 5
MORINGOS E VASOS
Objectos confeccionados pelas mulheres manjacas e destinados ao transporte e conservação da água em casa.
São de argila preparada. Depois de feitos são submetidos à secagem ao lume a alta temperatura.



Fig. 6
POTE
De confecção manjaca, é feito de barro cozido a alta temperatura. Para a sua confecção é utilizada a roda do oleiro tradicionalmente feita também de barro.
A ornamentação é feita com um pau pontiagudo.
As duas saliências em forma circular servem para suporte de canecas.
Serve para transportar água assim como para a sua conservação em casa. 1988-2-19



Fig 7
BEMBA BALANTA (fwul)
Feito com lama amassada misturada com palha conferindo-lhe uma certa resistência aos pequenos choques. É um recipiente destinado à conservação e reserva do arroz em casca. É ainda considerado o protector do seu dono, tendo assim um valor sagrado. Geralmente todo o homem balanta tem o seu "Bemba", quer dizer, o seu protector. Este Bemba é-lhe oferecido pelo tio. 1-9-88


ESCULTURA

É de há muito conhecido o valor, a riqueza da escultura africana.

Os objectos esculpidos em madeira e pedra têm uma beleza extraordinária. Já nas civilizações africanas que nos precederam, na IFE por exemplo, a escultura ocupara um ponto de relevo.

Em alguns grupos étnicos, os escultores constituem uma casta, tornando-se assim, uma especialização. Na sociedade fula, são os loibé, que com grande mestria, esculpem a madeira, fazendo dos mais variados objectos.

É uma arte muito espalhada em África, no seio de muitos grupos étnicos. Na Guiné-Bissau, não constituem excepção.

A arte bijagó, é universalmente conhecida, e até se pode dizer que não tem igual.

Na arte bijagó a escultura da madeira ocupa o maior espaço. São feitas máscaras, estatuetas, ornamentos de dança, barcos em miniatura, etc.

No entanto, não seria correcto, não nos referirmos aos Nalús.

O povo nalú é também tradicionalmente conhecido como bom escultor de madeira. À semelhança dos bijagós, são vários os objectos feitos de madeira. Vamos ver, pois, alguns desses objectos.


Fig. 8
BANDA
Escultura nalú de madeira, pintada a preto, vermelho, verde, amarelo, castanho e branco. Representação compósita em que se evoca o corcodilo, a serpente, pássaro e camaleão. É usada nas cerimónias de iniciação, entre os nalús-baga, landuma e sossos não islamizados. O portador da máscara quando dança consubstancia em si as forças do reino animal e sobrenatural numa síntese que abrange toda a vida em movimento. Na crença generalizada, quando dança, pode voar como a garça, rastejar como a serpente, nadar como o peixe e usar das artimanhas do corcodilo e do camaleão
.


Fig. 9
URATE (canoa bijagó)
Urate - Nome dado em geral pelos bijagós às canoas. São características da ilha Formosa. Tem à frente representada a cabeça dum hipopótamo, como símbolo de força. Na parte de trás há uma espécie de trono onde se encontra sentado o "Chefe" a simbolizar o poder a "Reinança" e três remadores. A canoa é a cores: vermelha, preta e amarela. São canoas de guerra.


Tal como na antiguidade muitos povos acreditavam na existência de esplritos e forças sobrenaturais, ainda hoje, em todos os continentes existem povos que continuam crendo em esplritos protectores.

O que acontecia, por exemplo, na Roma antiga, no seu perlodo mais remoto quando existiam deuses da guerra, da fertilidade, do mar, do vinho, etc., ainda se vive na Guiné-Bissau. Quase que todos os grupos étnicos têm seus deuses, mas só que são chamados "IRANS".


Fig. 10
CUNGARA (Irã bijagó)
Figura esculpida em madeira que, segundo a tradição bijagó, simboliza o "IRAN" protector. É utilizado nas cerimónias de iniciação. Acompanha os jovens para o "fanado" protegendo-os contra todos os males. Não só acompanha mas também os recebe quando saem do "mato sagrado".



Fig. 11
NINTE KAMATCHOL - NALÚ
Figura uma cabeça de ave fantasista sobre uma base cilíndrica talhada. É usado nos ritos de iniciação. Perante e através dele ensinam aos iniciados a linguagem a usar durante o período de reclusão no mato e práticas da vida de adultos e outras. É guardado nas casas dos representantes de certas linhagens, como protector dos seus parentes contra malefícios mágicos. Desempenha também um papel importante nos ritos agrários e nas cerimónias fúnebres de pessoas importantes, dança sobre a cabeça de um homem e pode ser visto por mulheres. Nos orifícios, aquando das cerimónias de iniciação, metem chifres de gazela, que no final são distribuídos pelos iniciados que os levam consigo e os guardam.



Fig. 12
NOCOIA
Iran bijagó correspondente à deusa da fertilidade.
Antes do início de cada ano agrícola os camponeses têm que fazer cerimónias perante ele pedindo que haja boa colheita.


MÚSICA

A música desde sempre ocupou um lugar de destaque na cultura dos povos africanos.

Animando os momentos felizes e difíceis da lavoura, durante a guerra, nas horas de lazer, nas cerimónias de casamento, baptismo, os instrumentos tradicionais produzem sons dos mais variadíssimos.

Só não gosta quem não houve o som do Kóra ou Balafon, para não referir outros instrumentos tão interessantes pela sua forma e modo de utilização.


Fig. 13
VIOLA BALANTA
Feita de uma cabaça de 30 cm de diâmetro forrada com couro de gazela e uma vara de cana de bambú de 49 cm de comprimento; os três fios de nylon que são amarados da vara de baixo acima passando por cima da cabaça produzem três sons diferentes. É usada exclusivamente pelos jovens como instrumento de música tradicional no momento de diversão. 6-1987.



Fig. 14
MATIMBO
Instrumento musical nalú. A parte superior é forrada com couro e utilizada como tambor. Sendo de madeira esculpida, tem representadas 3 figuras humanas na sua parte inferior, como que a carregar o tambor. Como diz a tradição, estas figuras, representam as pessoas que eram sacrificadas para acompanhar o «Chefe» que morria.

Existem «Matimbo» com representação de 3 pessoas, duas e finalmente sem ninguém, havendo, portanto, só tambor. Se realmente eram sacrificadas pessoas, então é de crer que esta prática se foi extinguindo paulatinamente.



Fig. 15
KÓRA
Instrumento musical mandinga, constituído por uma cabaça com adaptação de uma viola, estando a parte aberta, forrada com couro de cabra, atravessada de lado a lado por um pau redondo que forma o braço principal do instrumento. Este liga-se às cordas _
feitas de tendões de boi, ou couro de gazela convenientemente preparados. As cordas estão dispostas verticalmen¬te em número de vinte e uma (o seu número pode variar entre 19 e 24 cordas).

Actualmente a corda de Kóra é feita de fio de nylon e de um tipo especial de cabaça com melhores qualidades de som. O tocador do Kóra em mandinga chama-se Kóra-Djaló(Djidiu de Kóra).

É usado ou tocado actualmente na Guiné-Bissau e em quase toda a África Ocidental nas cerimónias religiosas, e festas de casamento, baptismo, etc. Antigamente servia para celebrar as vitórias alcançadas nas guerras, encorajar os Mansas (Reis e Imperadores mandingas) nos combates.



Fig. 16
HODDO - VIOLA FULA
Ainda conhecida por toncoron, é uma viola com 4 cordas de crina.

É feita de madeira, leve, escavada, e posteriormente forrada com pele de cabra, formando uma caixa de ressonância. A pele é presa à madeira por intermédio de pregos. É utilizada nos dias festivos acompanhando cantos a exaltar os feitos dos régulos e seus antecessores, enfim toda a geração nobre.



Fig. 17
DONDON
Instrumento musical fula. Madeira escavada e torrada com pele em ambos os lados.
As cordas unindo as duas superfícies torradas, servem para esticar e atinar o pequeno tambor. É tocado com um pau semicurvo.



Fig. 18
BALAFON (Balo)
o balafon é um xilofone com lamelas de madeira pau-de-sangue dispostas paralelamente sobre 4 suportes de cana de bambú. As lamelas, antes de montadas, são secas a um lume brando durante uma semana, ficando totalmente secas. Como ressonantes, são utilizadas cabaças pequenas, nas quais são abertos orifícios, lateralmente, que depois são vedados com papel muito fino.

O número das cabaças corresponde ao número das lamelas e são colocadas por debaixo destas. A quantidade varia entre 17 e 19.

Supõe-se que o balafon &eja originário do Mandém (Khasso).

A TECELAGEM TRADICIONAL E A TINTURARIA

A tecelagem é uma prática que remonta há muito tempo, bem antes da chegada dos primeiros navegadores portugueses à nossa costa ocidental no século XV.

O algodão, a partir do qual eram, e hoje em dia são tecidos os panos, teria vindo do Sudão, trazido pelos mandingas, que expulsos pelos «bambarans» foram penetrando no nosso território.

O algodoeiro, outrora plantado pelos manjacos, mancanhas e demais grupos que povoaram a zona litoral, dava o algodão que servia de moeda nas operações de troca entre estes. Não tendo grande peso no contexto geral dos produtos comercializados e para a exportação, o algodão era quase que, fundamentalmente destinado ao consumo do produtor para a confecção de panos.

Os panos tradicionalmente confeccionados marcavam sua presença em todas as manifestações culturais. Enfim, os panos, ontem como hoje, mostravam a diversidade e a riqueza da cultura dos nossos povos, panos que para nós eram transmissores de mensagens: panos pré-nupciais, nupciais, panos quotidianos, ricos e finalmente panos fúnebres.

Na Guiné-Bissau os tecelões agrupam-se em duas zonas geograficamente distintas. É a Zona Litoral povoada pelos manjacos, papéis, mancanhas, etc., e o Interior, povoado pelos mandingas, fulas, saracolés, etc. Estes distinguem-se ainda como grandes tintureiros. A tinturaria é uma prática difundida fundamentalmente entre os grupos islamizados.

Entre os fulas é a casta dos Maabo que pratica a tecelagem.

Os manjacos, estes grandes artesãos, praticam a tinturaria mas em escala quase que insignificante. É uma prática que tende a extinguir-se.

Hoje os tecelões manjacos emigram para os países vizinhos, para o Senegal por exemplo, onde formam «ateliers» tecendo os mais variadíssimos panos e outros objectos.

É uma verdadeira tentativa de modernização e adaptação de tecelagem tradicional às necessidades actuais. São confeccionadas colchas, toalhas de mesa, guardanapos, cestos, sacos de pão, etc. Isto mostra que há possibilidades de criação de unidades artesanais, como forma de revitalização da prática da tecelagem que, enfim, vai desaparecendo aos poucos, como consequência da concorrência dos tecidos das grandes indústrias têxteis europeias.


Fig.19
PENTES E LlÇOS
Conjuntos de pentes e liços de teares de pedal tradicional de mandinga, fula e manjaco. Feitos de madeira, tiras de nervura de tara (esteira), cordas feitas de linhas de algodão e liços também de linhas de algodão e de nylon importado. É usado na confecção de panos de banda.



Fig.20
PANO BABA-ANTIGO
Confecção manjaca, feito de linhas pretas e brancas, contém uma boca em cada lado e o corpo de quadrados em preto e no meio pequenas figuras geométricas (rombos).


Pano com 6 bandas com 22,5 cm de largura cada e 156 m de comprimento.

É usado por pessoas com uma certa posição sócio-económica elevada, usando-o para cobrir o corpo e trazer à cintura nos dias de festa.


Fig.21
PANO NKONTCHA
Confecção papel, feito de linhas brancas e encarnadas em tias verticais (paralelas), de 5 bandas com 20,5 cm de largura e 195 cm de comprimento. Faz parte de pano matrimonial ou dote para a mãe da noiva. Esta, depois usa-o para trabalhos caseiros (quotidiano). 1987-4-26.



Fig.22
PANO MEADA
Confecção manjaca, feito de linhas pretas e brancas, uma boca em cada lado em quadradinhos brancos e rectangular. O corpo, parte central com desenhos geométricos
em formas de estrelas e rombos em branco e preto. A largura de bandas é de 20 cm e 182 cm de comprimento; 6 bandas.

É usado nas festas, cerimónias diversas e é usado também particularmente. 1987-2-10.



Fig.23
PANO IRA-CEGO
Confecção manjaca, feito de linhas importadas, a cores preta e branca, com características de pele de Jibóia, com uma boca. Tem 20 cm de largura de banda e 178 cm de comprimento. Ao todo é constituído por 6 bandas. É utilizado para festas e uso particular. 1987-2-8.



Fig.24
BALASSAMSA - Fula (Camissote grande - Crioulo)
É feito de bandas confeccionadas nos teares tradiciooais com linhas de cores: brancas e pretas em riscas no sentido de comprimento das bandas. A junção das referidas bandas é feita pelas mulheres, à mão com agulhas, outrora fabricadas localmente. É bordado pelos homens apresentando motivos característicos dos árabes.
Era usado, antigamente, pelos Sacerdotes, Reis, homens grandes (notáveis) e alguns islamizados mais conservadores, nas cerimónias religiosas, festas tradicionais mais marcantes.

Actualmente o seu porte tornou-se mais vulgar embora continue a desempenhar as funções anteriores.

No seu uso, sempre é acompanhado de um chapéu (cobre-cabeça) também bordado ou redeado de dissare-fula ou disso-mandinga como se nota na cabeça do portador, na foto.



Fig.25
WUTTE-WOLO E TUUBA (Camisa e Calção)
Recolha em Slnja Fanca, feito de fio de algodão (pano). Está feito com 7 bandas que compõem um pano. 3 bandas para calção e 4 para camisa. Depois tingido com a tinta de Djabarana. Camisa 54 cm de comprimento e 48 em de largura; calção 29 cm de comprimento e 69 de largura. É usado pelos circuncidados. 1987-1-5/00.



Fig.26
ADORNO DOS CABARÓS (Bijagós)
Adorno de Cabeça dos Cabarós, ornamentado com uma parte de madeira circular com desenhos de barcos a cor-de-rosa e preta, tendo 2 chifres pretos de madeira e ráfia caindo de cada lado de adorno. É usado na dança social dos cabarós.



Fig.27
ADORNO DE DANÇA N'HAYE
Adorno N'haye de forma cilíndrica, com a base, e parte de cima achatadas, feito de palha de cibe e paus. Tem 1,30 m de comprimento e 75 cm de diâmetro. É utilizado na cabeça pelos N'haye nas danças que precedem o período da reclusão no mato.



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