domingo, agosto 07, 2005

Ilustrações de "As viagens do bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné" (3/4)

in "As viagens do bispo D. Frei Vitoriano Portuense à Guiné"
por Avelino Teixeira da Mota
Biblioteca da Expansão Portuguesa
Publicações Alfa, S.A., Lisboa, 1989



Fig. 17 - Árvore genealógica da tribo papel. De Mecau, caçador oriundo de Quinara, casado com seis mulheres, e da sua irmã Punguenhum, procede toda a tribo. Cada uma das suas sete "gerações" possui um totem, que lhe serve de apelido.

(Desenho e legenda reproduzidos de F. Rogado Quintino, "Cultura etiópica no ocidente africano", in Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, XVII, 66, 1962, p. 343.)


Fig. 18 - Ilha de Bissau

1 - Regulados referidos nas fontes de meados do século XVII a meados do século XVII.
2 - Regulados referidos em fontes posteriores.


Fig. 19 - Chefe da povoação de Quinhâmel (sede do regulado de Tor), envergando o pano tradicional de fabrico africano e segurando alguns oblectos que simbolizam a realeza ou com ela estão relacionados: o "arado balanta" (designação moderna, também por vezes chamado "daba", nome que os Mandingas dão mais propriamente à pá, de forma parecida, e que prendem quase perpendicularmente a um cabo, de modo a trabalhar como enxada), o machado e a tenaz.

Ao "arado balanta" - por excelência o instrumento de lavoura dos povos litorálicos orizicultores em que se incluem os Papéis - se deve referir D. Frei Vitoriano Portuense, chamando-lhe "daua", na relação da sua segunda viagem à Guiné, na qual igualmente menciona a tenaz como símbolo da realeza do rei de Bissau e põe em destaque o seu atributo de ferreiro.


Fig. 20 - O mesmo chefe de Quinhâmel da figura anterior, acompanhado de alguns familiares. O chefe está sentado junto da base de um majestoso «poilão»(Eriodendron anfractuosum), a árvore sagrada que constitui uma das marcas mais típicas do habitat grandemente humanizado que caracteriza os litorálicos; é de notar que La Courbe, na sua relação de fins do século XVII, assinala precisamente a abundância dos «poilões» na ilha de Bissau em relação com um tipo disperso de povoamento. Este modelo de paisagem rural, acompanhado de grande densidade populacional, encontra-se hoje sobretudo nos regulados de Tor e do Biombo. Na base dos «poilões» se celebram numerosas cerimónias religiosas, e é de presumir que tenha havido uma intenção de sacralização ao plantarem-se nos baluartes da actual fortaleza de Bissau, em tempos recuados, os magníficos exemplares dessa bela árvore hoje quase desaparecidos (de notar que são representados na planta de José Luís de Braun, 1780).


Fig. 21 - Amortalhamento de um cadáver em panos de fabrico tradicional (Blim Blim, regulado do Biombo)

"... tirando sse pera fora o corpo envolto em muitos pannos" (D. Frei Vitoriano Portuense, 1696)


Fig. 22 - "Baloubeiros" do regulado de Bijemita


Fig. 23 - "Homem grande" de Bijemita


Fig. 24 - "Homem grande" de Bijemita



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