quarta-feira, agosto 17, 2005
Guiné-Bissau: aspectos da vida de um povo (15/15)
por Eva Kipp, 1994
A MULHER GUINEENSE E O TRABALHO
No mundo rural, a mulher guineense desempenha um importante papel na economia familiar através do seu trabalho. Para elas o dia começa cedo e logo ao cantar do galo dão início às múltiplas tarefas progra madas para a jornada. Quando a família é poligâmica, é a mulher mais velha - a dona da casa - que faz, no dia anterior, a distribuição das tarefas pelas outras.
À esquerda: Amélia, ceramista da tabanca. À direita: Amélia limpando a varanda.
Cozinha na morança de Amélia.
Cadi limpando o quintal de madrugada.
Apanhando lenha no mato.
Amélia reparando a rede.
Normalmente, como neste caso de mulheres manjacas, todo o trabalho é feito em grupo, sendo o grupo formado não só pelos membros da mesma família, mas também por amigas.
Para evitar que ocorram problemas no seio do grupo, existem certos critérios para a escolha das pessoas que o vão integrar.
Mulheres pescando no rio.
À esquerda: a mulher mais velha: a "dona da casa". À direita: Amélia.
Quanto às tarefas, estas são múltiplas, indo desde a apanha da lenha até à cerâmica. São elas que fazem a pesca tradicional no rio, dispostas numa curiosa fila indiana, em que as raparigas mais novas ocupam os lugares mais próximos das margens, dada a sua baixa estatura.
A recolha da fruta, o espremer do cajú para extracção do sumo que, depois de fermentado, se transformará em vinho, a produção de óleo de palma e a cestaria, são outras das actividades essencialmente realizadas por mulheres.
"De pequenino se torce o pepino".
Mulheres lavando roupa na fonte.
Uma fonte no mato, em Empada.
Nun Só, rapariga papel da tabanca de Bór.
À esquerda: pilando arroz. À direita: Nun Só cozinhando.
Crianças comendo.
Nun Só acendendo o lume.
A Amélia, da tabanca de Calequisse, por exemplo, é ceramista. Ela é uma mulher com prestígio no seio da comunidade, tendo sido, por esse motivo, eleita para o comité dirigente da mesma. Ela trabalha na cerâmica com um grupo de cinco outras mulheres. Por vezes, há algumas jovens aprendizes que vêm trabalhar com elas, realizando as tarefas mais simples. O trabalho de cerâmica desta tabanca é bastante procurado, não só pela qualidade, mas também pela arte com que fazem os objectos de uso corrente, como os potes, os moringues e outros. A parte decorativa é feita individualmente e cada uma aplica na decoração todo o seu engenho e arte. Havendo mais ceramistas na tabanca, os preços de venda dos objectos são acordados entre todas, de maneira a evitar os eventuais conflitos de concorrência.
Com o dinheiro obtido na comercialização do produto do seu trabalho, as mulheres contribuem para o sustento da família e adquirem roupas para elas e para os filhos.
A solidariedade continua a ser um valor importante na organização do trabalho das mulheres guineenses do mundo rural.
A MULHER GUINEENSE E O TRABALHO
No mundo rural, a mulher guineense desempenha um importante papel na economia familiar através do seu trabalho. Para elas o dia começa cedo e logo ao cantar do galo dão início às múltiplas tarefas progra madas para a jornada. Quando a família é poligâmica, é a mulher mais velha - a dona da casa - que faz, no dia anterior, a distribuição das tarefas pelas outras.
À esquerda: Amélia, ceramista da tabanca. À direita: Amélia limpando a varanda.
Cozinha na morança de Amélia.
Cadi limpando o quintal de madrugada.
Apanhando lenha no mato.
Amélia reparando a rede.
Normalmente, como neste caso de mulheres manjacas, todo o trabalho é feito em grupo, sendo o grupo formado não só pelos membros da mesma família, mas também por amigas.
Para evitar que ocorram problemas no seio do grupo, existem certos critérios para a escolha das pessoas que o vão integrar.
Mulheres pescando no rio.
À esquerda: a mulher mais velha: a "dona da casa". À direita: Amélia.
Quanto às tarefas, estas são múltiplas, indo desde a apanha da lenha até à cerâmica. São elas que fazem a pesca tradicional no rio, dispostas numa curiosa fila indiana, em que as raparigas mais novas ocupam os lugares mais próximos das margens, dada a sua baixa estatura.
A recolha da fruta, o espremer do cajú para extracção do sumo que, depois de fermentado, se transformará em vinho, a produção de óleo de palma e a cestaria, são outras das actividades essencialmente realizadas por mulheres.
"De pequenino se torce o pepino".
Mulheres lavando roupa na fonte.
Uma fonte no mato, em Empada.
Nun Só, rapariga papel da tabanca de Bór.
À esquerda: pilando arroz. À direita: Nun Só cozinhando.
Crianças comendo.
Nun Só acendendo o lume.
A Amélia, da tabanca de Calequisse, por exemplo, é ceramista. Ela é uma mulher com prestígio no seio da comunidade, tendo sido, por esse motivo, eleita para o comité dirigente da mesma. Ela trabalha na cerâmica com um grupo de cinco outras mulheres. Por vezes, há algumas jovens aprendizes que vêm trabalhar com elas, realizando as tarefas mais simples. O trabalho de cerâmica desta tabanca é bastante procurado, não só pela qualidade, mas também pela arte com que fazem os objectos de uso corrente, como os potes, os moringues e outros. A parte decorativa é feita individualmente e cada uma aplica na decoração todo o seu engenho e arte. Havendo mais ceramistas na tabanca, os preços de venda dos objectos são acordados entre todas, de maneira a evitar os eventuais conflitos de concorrência.
Com o dinheiro obtido na comercialização do produto do seu trabalho, as mulheres contribuem para o sustento da família e adquirem roupas para elas e para os filhos.
A solidariedade continua a ser um valor importante na organização do trabalho das mulheres guineenses do mundo rural.