domingo, agosto 21, 2005
Guiné-Bissau: aspectos da vida de um povo (5/15)
por Eva Kipp, 1994
OS IRÃS GRANDES E OS SEUS SANTUÁRIOS
Os Irãs Grandes, chamados Irãs do Chão, são os mais poderosos da tabanca. Para além da forma humana, eles podem assumir outras formas. O Irã Grande da tabanca de Entiorp, em Canhabaque, por exemplo, tem uma forma abstracta. Faz lembrar uma panela com a tampa decorada e envolvida num pano vermelho.
Em princípio, os Irãs Grandes devem estar na chamada «baloba dos defuntos», que é o santuário das mulheres; mas, devido aos frequentes roubos das estatuetas, actualmente esses Irãs são colocados nas casas dos régulos, onde estão em maior segurança. É o caso do Irã Grande da tabanca de Angurá, em Canhabaque, o qual se encontra em casa do régulo José.
O Irã Grande da tabanca de Angura, em Canhabaque, rodeado de objectos sagrados. À esquerda está o Irã de Mão do régulo.
Em frente do Nan, o régulo da tabanca de Angura com o tridente numa mão e o Irã de Mão na outra.
Estatuetas de "defuntos" e do Irã de Mão do régulo.
Banco sagrado no santuário da tabanca de Bruce, em Bubaque.
No santuário, ao lado do Irã Grande, encontram-se outros objectos sagrados. Temos, por exemplo, o Irã de Mão do régulo, que representa a mão de Orebok Ocotó. É feito pelo próprio régulo, em lugar sagrado, sendo de madeira de mangal e tendo junto três chifres de gazela ou de cabra. Este Irã é muito utilizado para as cerimónias que antecedem uma viagem, para que esta corra bem.
O Irã Grande, de forma abstracta, da tabanca de Inoré.
O régulo de Inoré numa cerimónia.
Com o Irã Grande da tabanca é possível realizar muitas cerimónias pessoais, como para pedir que alguém tenha saúde ou sucesso no trabalho. Mas, normalmente, este Irã é utilizado sobretudo para cerimónias colectivas da tabanca. Estas fazem-se no início da lavoura, na colheita, no fanado (circuncisão) ou quando alguma doença grave atinge alguém da tabanca. Para essas cerimónias, o Irã é retirado do santuário para um outro ao ar livre que é chamado de Nan.
O santuário pessoal de Ompane, com o Irã Grande e estatuetas de espíritos menos importantes.
O Minare: Irã dos rapazes não circuncidados.
As cerimónias com o Irã Grande são presididas pelo régulo, que se veste a preceito para as realizar. Nas mãos leva um tridente, símbolo do poder e um Irã de Mão.
Nas cerimónias pessoais só os homens, as mulheres velhas e as pessoas envolvidas é que podem participar.
Em alguns santuários encontram~se também os bancos esculpidos que pertencem aos régulos. Eles utilizam-nos até à morte e, posteriormente, através de uma cerimónia, esses bancos também se convertem em objectos sagrados e são colocados nos santuários.
Para além do santuário do Irã Grande, existem também santuários de família e de pessoas. Nestes também se encontram estatuetas de Irãs Grandes bem como de outros Irãs menos importantes. É o caso de Manlas, que é um Irã que tem a forma de um cilindro com uma esfera numa das extremidades, sendo considerado um Irã perigoso, pois pode provocar a morte das pessoas.
Há ainda o Minare, que é o Irã dos rapazes não circuncidados e que é feito de palha.
Mas os santuários dos Bijagós, para além dos objectos representando os Irãs, apresentam ainda, nas paredes, pinturas curiosas ligadas à vida desse povo.
OS IRÃS GRANDES E OS SEUS SANTUÁRIOS
Os Irãs Grandes, chamados Irãs do Chão, são os mais poderosos da tabanca. Para além da forma humana, eles podem assumir outras formas. O Irã Grande da tabanca de Entiorp, em Canhabaque, por exemplo, tem uma forma abstracta. Faz lembrar uma panela com a tampa decorada e envolvida num pano vermelho.
Em princípio, os Irãs Grandes devem estar na chamada «baloba dos defuntos», que é o santuário das mulheres; mas, devido aos frequentes roubos das estatuetas, actualmente esses Irãs são colocados nas casas dos régulos, onde estão em maior segurança. É o caso do Irã Grande da tabanca de Angurá, em Canhabaque, o qual se encontra em casa do régulo José.
O Irã Grande da tabanca de Angura, em Canhabaque, rodeado de objectos sagrados. À esquerda está o Irã de Mão do régulo.
Em frente do Nan, o régulo da tabanca de Angura com o tridente numa mão e o Irã de Mão na outra.
Estatuetas de "defuntos" e do Irã de Mão do régulo.
Banco sagrado no santuário da tabanca de Bruce, em Bubaque.
No santuário, ao lado do Irã Grande, encontram-se outros objectos sagrados. Temos, por exemplo, o Irã de Mão do régulo, que representa a mão de Orebok Ocotó. É feito pelo próprio régulo, em lugar sagrado, sendo de madeira de mangal e tendo junto três chifres de gazela ou de cabra. Este Irã é muito utilizado para as cerimónias que antecedem uma viagem, para que esta corra bem.
O Irã Grande, de forma abstracta, da tabanca de Inoré.
O régulo de Inoré numa cerimónia.
Com o Irã Grande da tabanca é possível realizar muitas cerimónias pessoais, como para pedir que alguém tenha saúde ou sucesso no trabalho. Mas, normalmente, este Irã é utilizado sobretudo para cerimónias colectivas da tabanca. Estas fazem-se no início da lavoura, na colheita, no fanado (circuncisão) ou quando alguma doença grave atinge alguém da tabanca. Para essas cerimónias, o Irã é retirado do santuário para um outro ao ar livre que é chamado de Nan.
O santuário pessoal de Ompane, com o Irã Grande e estatuetas de espíritos menos importantes.
O Minare: Irã dos rapazes não circuncidados.
As cerimónias com o Irã Grande são presididas pelo régulo, que se veste a preceito para as realizar. Nas mãos leva um tridente, símbolo do poder e um Irã de Mão.
Nas cerimónias pessoais só os homens, as mulheres velhas e as pessoas envolvidas é que podem participar.
Em alguns santuários encontram~se também os bancos esculpidos que pertencem aos régulos. Eles utilizam-nos até à morte e, posteriormente, através de uma cerimónia, esses bancos também se convertem em objectos sagrados e são colocados nos santuários.
Para além do santuário do Irã Grande, existem também santuários de família e de pessoas. Nestes também se encontram estatuetas de Irãs Grandes bem como de outros Irãs menos importantes. É o caso de Manlas, que é um Irã que tem a forma de um cilindro com uma esfera numa das extremidades, sendo considerado um Irã perigoso, pois pode provocar a morte das pessoas.
Há ainda o Minare, que é o Irã dos rapazes não circuncidados e que é feito de palha.
Mas os santuários dos Bijagós, para além dos objectos representando os Irãs, apresentam ainda, nas paredes, pinturas curiosas ligadas à vida desse povo.