domingo, janeiro 30, 2005

Rebeldes rejeitam acordo de paz

Origem do documento: www.guine-bissau.com, 29 Jan 2005
por ZEZINHA FERNANDO BIOMBO

REBELDES DE CASAMANSA REJEITAM ACORDO DE PAZ

O novo chefe de Estado Maior das forças armadas do Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC) César Badiante rejeitou todo o documento do acordo de paz para Casamansa assinado no dia 30 de Dezembro, em Ziguinchor, entre o Ministro do Interior de Senegal Ousmane Ngom e o líder do MFDC Abade Augustin Diamacoune Senghor.

O novo homem forte dos guerrilheiros de Casamansa que falava depois de uma reunião do alto comando do MFDC na floresta de baixa Casamansa responsabilizou ao governo de Abdoulaye Wade das graves consequências que poderão advir da assinatura deste sexto acordo de paz de mais longo conflito armada de África que desenrola há 22 anos na região Sul de Senegal.

Também num comunicado divulgado depois da reunião dos operadores militares do alto comando dos guerrilheiros do MDFC, César Badiante deu a conhecer a comunidade internacional que não vai acantonar nem desarmar as suas forças armadas.

Os operacionais militares do alto comando do MFDC consideram o acordo de paz do dia 30 de Dezembro do ano transacto como mais uma mera diversão e truque do governo de Senegal porquanto Abdoulaye Wade sabia muito bem que os guerrilheiros do MDFC e o seu Secretário Geral Adjunto Mamadú N´Krumah Sane não aceitarão quaisquer acordo que Abade Augustin Diamacoune Senghor assinara em condições de prisioneiro do governo de Senegal.

Para os operacionais militares do alto comando do MFDC o verdadeiro acordo de paz para Casamansa passa necessariamente pela libertação incondicional do seu líder para este deslocar a floresta de Casamansa reunir com eles e a realização, num país neutro, o congresso do movimento onde todas as facções do MFDC discutirão sob a batuta de Abade Diamacoune Senghor o plano de paz para Casamansa que será depois apresentado ao governo de Senegal.

Acusam o governo de Senegal de ter comprado alguns filhos de Casamansa para apresentar a imprensa no acto da assinatura de acordo de 30 de Dezembro como guerrilheiros do MFDC. Mas , o governo de Senegal sabe mais de que ninguém que os operacionais militares armadas do MFDC ainda continuam intacto a combater na floresta.

Asseveram estar convicto que a paz efectiva em Casamansa passa necessariamente pela libertação da Nação casamansense. Por outro lado, qualquer plano de paz terá que passar também pelo o encontro entre Abade Augustin Diamacoune Senghor, Mamadú N´Krumah Sane e os operadores militares do alto comando militar do MFDC num país neutro.

Os rebeldes de Casamansa consideram curioso o facto do governo de Senegal ter pedido Abade Augustin Diamacoune Senghor para assinar o acordo do dia 30 de Dezembro e não Jean Marie Biagui que o governo de Abdoulaye Wade apresentara há três meses como Secretário Geral do MFDC que iria transformar o movimento que combate há 22 anos na fronteira entre Senegal e Guiné-Bissau num partido político.

Para os operadores militares do alto comando do MDFC este facto é uma prova inequívoca que o governo de Senegal não quer uma verdadeira paz para Casamansa. Quer apenas manipular a comunidade internacional para receber os 80 bilhões Francos CFA que esta pretende disponibilizar para a reconstrução da Casamansa.

Na opinião dos guerrilheiros do MFDC, foi por esta razão que o governo de Senegal acelerou o assinatura do acordo de paz antes do fim do ano para que a comunidade internacional possa desbloquear a referida verba que apenas sete bilhões serão investidos em Casamansa.



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