segunda-feira, outubro 25, 2004

Vento afasta praga de gafanhotos

Origem do documento: AgroNotícias, 19 Ago 2004

Vento afasta praga de gafanhotos, mas riscos mantêm-se

A praga de gafanhotos que está a afectar alguns países da África Ocidental poderá já não afectar a Guiné-Bissau, uma vez que a tendência do vento é para norte, afastando-a do território guineense, disse hoje fonte governamental.

Segundo o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural guineense, João de Carvalho, todos os focos que surgiram em Julho último nas zonas norte e leste do país estão debelados da praga, com a ajuda da cooperação chinesa.

"Percorri as zonas de Nhacra, Mansoa e Mansabá até à margem do rio Farim, mas não há novas informações que possam suscitar preocupação ou nervosismo", garantiu, sublinhando, contudo, que não pode afirmar que a situação está totalmente controlada.

"Não podemos dizer que a situação está totalmente controlada porque factos são factos. Pelas informações que tenho, a tendência do vento é em direcção ao norte, estando a praga confinada praticamente ao norte do Senegal", afirmou João de Carvalho.

O ministro guineense sublinhou que a Guiné-Bissau dispõe dos "meios possíveis", como pesticidas, atomizadores e pulverizadores, mas indicou que o país não estará preparado para o caso de uma "verdadeira invasão".

"Em caso de uma verdadeira invasão serão necessários meios aéreos. Dizer que temos meios suficientes seria uma irresponsabilidade. Temos os meios mínimos para o que for possível fazer. Mas oxalá que não haja nenhuma invasão de gafanhotos", referiu.

A 26 de Julho último, e em declarações à Agência Lusa, João de Carvalho manifestara-se "apreensivo" face à possibilidade de a Guiné-Bissau poder ser afectada com a praga de gafanhotos migratórios, que devastaram áreas consideráveis de países vizinhos, como Senegal e Gâmbia.

Além do norte do Senegal, a praga está actualmente a afectar o sul da Mauritânia, mas os ventos dominantes têm estado a empurrar os gafanhotos para o interior leste, nomeadamente para o Mali, Níger e sul da Argélia.

No início da década de 80 do século XX, a Guiné-Bissau foi assolada pela mais violenta praga de gafanhotos de sempre, que dizimou culturas agrícolas de norte a sul do país, provocando prejuízos avultados à economia e ao abastecimento das populações.

A última vez que o país foi afectado por uma praga de gafanhotos foi em 1994. Embora sem a dimensão registada na década de 80, as regiões norte e leste do país foram seriamente afectadas.



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