quinta-feira, outubro 21, 2004

Revoltosos são "todos balantas e pouco escolarizados"

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 20 Out 2004

Veríssimo Seabra e Domingos Barros foram executados com tiros na nuca

O jornal “Semana On-line”, tido como próximo do Governo, diz que sabe de fonte oficial que Cabo Verde ofereceu asilo aos oficiais guineenses próximos do malogrado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, general Veríssimo Seabra.

O “P14” soube, por outra fonte, que o general e o coronel Domingos Barros, chefe da secreta militar, não morreram em qualquer refrega resultante do descontrolo duma situação de uso da força, mas friamente executados com tiros na nuca.

Emílio Costa, número dois de Veríssimo Seabra, mais os responsáveis dos três ramos das FA Watna Na Lai (Exército), Melcíades Fernandes (Força Aérea) e Quirino Spencer (Marinha) encontram-se, desde sexta-feira, nas respectivas residências, depois de terem recebido garantias quanto à sua segurança por parte das autoridades civis e militares do seu país.

“A Semana On-line” cita a sua fonte governamental para dizer que a situação na Guiné é extremamente complicada, delicada e confusa, daí a conclusão de que a crise que se abateu sobre o país ainda não se encontra de todo solucionada.

“Duas semanas depois da quartelada comandada pelo general Tagma Na Wai, um balanta próximo do ex-presidente Kumba Ialá, a ideia que se tem é que a Guiné-Bissau se encontra à beira duma guerra civil. Mais do que uma questão salarial, sabe-se que o movimento dos militares que ditou a morte de Veríssimo Seabra e do seu colaborador Domingos Barros é vista agora como uma decapitação deliberada de todos os oficiais não balantas das estruturas das FA”, diz a publicação.

E continua: “Além de serem todos balantas, os novos comandantes das FA são tidos como indivíduos pouco escolarizados, sem qualquer noção de como funciona um Estado de direito. Por isso, neste momento, há quem fale que o poder político está completamente sitiado, havendo quem tema pela vida do Presidente Henrique Rosa e do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.”

A possibilidade duma intervenção militar da CPLP na Guiné-Bissau não está descartada. Portugal desejá-la-ia ardentemente, tendo tido mesmo uma pequena frota “oportunamente” estacionada no Mindelo.

Mas os países africanos lusófonos só concordariam com essa intervenção se fosse a pedido da ONU ou da União Africana e fosse liderada por Angola. Cabo Verde assumiria, nesse caso, a parte da máquina civil do Estado. A comunidade internacional teria contudo, que dar garantias de que financiaria a desmobilização das pletóricas forças armadas guineenses.

Fonte Paralelo14/Manuel Delgado



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?