quarta-feira, outubro 13, 2004

Nomes propostos pelos revoltosos para as chefias militares

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 12 Out 2004

Militares revoltosos propõem Tagmé Na Wai para CEMGFA

Os soldados que se sublevaram quarta- feira na Guiné-Bissau propuseram ao Presidente os nomes das novas chefias militares, incluindo o major-general Tagmé Na Wai para a chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas, indicaram fontes militares e da Presidência.

Ainda segundo as fontes, em declarações à Agência Lusa, o Presidente guineense, Henrique Rosa, dará uma resposta até quinta- feira aos nomes propostos hoje pelos militares revoltosos.

A presidência guineense adiantou que Henrique Rosa vai reunir- se quarta-feira de manhã com representantes do governo, sociedade civil e militares, com quem abordará a proposta e analisará a segurança dos oficiais que se encontram em paradeiro desconhecido desde a revolta militar.

Tagmé Na Wai, inspector-geral das Forças Armadas, foi quem assinou, pelas chefias militares, o memorando de entendimento que pôs cobro à insubordinação militar desencadeada quarta-feira por um grupo de soldados que exigiam melhores condições de trabalho, o pagamento de salários em atraso e o afastamento das chefias militares, que consideravam corruptas.

A vigência das novas chefias militares terminará com a realização das eleições presidenciais de 2005, cuja data está ainda por fixar. Embora o actual chefe de Estado seja interino, cabe-lhe, na qualidade de comandante supremo das Forças Armadas, escolher o novo CEMGFA e respectiva equipa.

Considerado desde o conflito militar de 07 de Junho de 1998 como um dos militares mais importantes na hierarquia castrense do país, antigo combatente da Liberdade da Pátria que lutou na Frente Sul, Tagmé Na Wai foi, durante o regime de Kumba Ialá (2000/2003), comandante da estratégica Zona Militar Norte, e também comandante da Polícia Militar na altura da presidência de João Bernardo "Nino" Vieira (1980/1999).

Natural do sul do país, Tagmé Na Wai, quase com 60 anos, é de etnia Balanta, sendo por isso considerado "Balanta do Sul", cujas "rivalidades", nunca assumidas, com os do norte, entre eles Kumba Ialá, são latentes na estrutura militar guineense.

As fontes indicaram ainda que para vice-CEMGFA, em substituição do tenente-general Emílio Costa, foi proposto o nome do coronel Biagué Nanti, que esteve ligado à Guarda Fiscal alfandegária.

Para chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) foi avançado o nome do brigadeiro-general Armando Gomes, ex-adjunto do anterior CEME Watna Na Lai, que terá como seu vice o major Lassana Mansali.

Para a Armada (CEMA) foi escolhido o capitão-de-mar-e-guerra José Américo Bubo Na Tchuto, ex-comandante do Corpo de Fuzileiros, que terá como vice o capitão-de-fragata José Soares, um dos oficiais mais antigos da Marinha.

Para a chefia do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) foi proposto o nome do brigadeiro António Gomes, ex-vice-CEMGFA e o primeiro piloto formado na Guiné-Bissau, que terá como seu vice o major-piloto Braima Papa Camará.

O líder dos revoltosos, major Bauté Ianta Namam, regressará à unidade onde presta serviço, o Regimento de Pára-Comandos, sem qualquer cargo de chefia, indicaram ainda as mesmas fontes, acrescentando que todos os militares que se sublevaram e que fizeram da sede do Estado-Maior da Marinha o seu "Quartel-General" regressam a partir de hoje às suas unidades.



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