domingo, outubro 17, 2004

Confrontos na fronteira com o Senegal

Origem do documento: Agência Fides, 18 Fev 2004
por L.M.

ÁFRICA/GUINÉ-BISSAU - O governo mantém a prudência acerca dos confrontos na fronteira com o Senegal para não comprometer o início da campanha eleitoral

Bissau (Agência Fides)- O governo da Guiné- Bissau mantém a prudência acerca da composição e as motivações do grupo guerrilheiro que se confrontou no dia 10 de fevereiro com o Exército da Guiné-Bissau, no setor de Farim (fronteira ao norte com o Senegal). Segundo Pe. Maria Sciocco, diretor da Rádio Sol Mansi, em entrevista telefônica à Agência Fides, “o Exército não dá declarações e é difícil entender o que está acontecendo na região”. Segundo as informações obtidas nos dias passados pela Rádio Sol Mansi, na região de Farim, está em curso uma vasta operação militar que tem como objetivo afastar do território da Guiné-Bissau os rebeldes de Casamance, aos quais se uniram algumas tropas fiéis ao ex-Chefe da Junta militar Ansumane Mané, assassinado em dezembro de 2000 por homens fiéis ao ex-Presidente Kumbe Yala, deposto em setembro de 2003.
Casamance é uma região do Senegal onde, em 1982, um movimento separatista iniciou uma guerra contra o governo central. Mané foi acusado de fornecer armas aos rebeldes da região senegalesa; existem, portanto, laços consolidados entre os seus homens e o movimento separatista de Casamance. “Oficialmente, porém, procura-se não dar ênfase a esses episódios”, afirma Pe. Sciocco. Permanece, portanto, o mistério sobre os outros episódios de violência ocorridos em 10 de fevereiro, quando foi ferido o comandante do quartel de Mansoa, e em 12 de fevereiro, quando dois militares foram mortos e vários ficaram feridos por causa de uma explosão. Em 13 de fevereiro, em novos confrontos, morreram mais três militares do quartel de Mansoa, além de vários feridos.
“No restante do País, a situação é calma, e os movimentos militares não parecem influenciar o processo de preparação para as eleições legislativas de 28 de março”, afirma Pe. Sciocco. “A proximidade da campanha eleitoral também pode estar na base da prudência do Exército.”
Depois do golpe que depôs o ex-Presidente Kumbe Yala, em 28 de setembro de 2003, tomou posse o governo provisório que deverá guiar o país para as eleições parlamentares. Os chefes da junta militar, que tomaram as rédeas do país depois do golpe de 14 de setembro, tinham nomeado o novo Presidente da República e o Primeiro-ministro. Tratam-se de Henrique Rosa, um empreendedor, e Antonio Artur Sanha. As eleições presidenciais estão previstas para daqui dois anos.



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